Título: Governo fora da negociação
Autor: Daniel Pereira e Luciana Otoni
Fonte: Gazeta Mercantil, 21/09/2004, Nacional, p. A-5

O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, disse ontem que o governo não intervirá nas greves e negociações salariais em curso. O Executivo poderá, no máximo, participar das conversas entre patrões e empregados caso um setor da economia ou a prestação de um serviço, como o bancário, fiquem inoperantes devido às divergências entre as partes. "A relação entre o capital e o trabalho deve ter intervenção mínima do Estado", declarou Berzoini. De acordo com o ministro, a retomada do crescimento econômico e a expansão do emprego aumentaram a confiança dos trabalhadores para lutar pela melhoria dos salários. "Elas dão força para os sindicatos negociarem", afirmou.

Fenaban não muda a proposta

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) confirmou para hoje nova reunião com representantes da Confederação Nacional dos Bancários (CNB), atendendo a pedido feito na sexta-feira pelos bancários. A Fenaban informou que não fará uma nova proposta e manterá a oferta de reajuste salarial de 8,5 %, mais R$ 30 para quem ganha até R$ 1,5 mil. O Ministério Público entrou ontem com pedido no Tribunal Regional do Trabalho da 2 Região para julgar a greve nos bancos privados.