Título: Cotações sobem com problemas na Rússia
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Fonte: Gazeta Mercantil, 21/09/2004, Energia, p. A-7

Os preços do petróleo fecharam ontem em alta no mercado internacional, devido, em parte, ao anúncio da empresa russa Yukos de que reduzirá seu fornecimento de petróleo à China. Na Bolsa de Mercadorias de Nova York, a cotação do óleo tipo WTI para entrega em outubro registrou ao final da sessão um aumento de 1,66%, com o barril sendo vendido a US$ 46,35. Esse é o maior patamar de fechamento desde o dia 20 de agosto. Na Bolsa Internacional do Petróleo de Londres, o barril do óleo tipo Brent também para entrega em outubro fechou com alta de 1,08%, sendo negociado a US$ 42,91.

Os contratos de gasolina em Nova York para entrega em outubro se mantiveram em US$ 1,27 por galão (3,78 litros) e os de gasóleo de calefação terminaram em US$ 1,26, um valor similar ao da sessão anterior. O valor do petróleo WTI manteve a tendência de alta das duas últimas sessões e recuperou um nível que não alcançava desde meados de agosto, quando a pressão de alta era tão forte que o levou a bater os US$ 49,40 na sessão do dia 20.

Desequilíbrio na oferta

Os operadores aumentaram ontem a compra de contratos prevendo um corte na oferta mundial, neste caso provocada pelos problemas financeiros da companhia petrolífera russa Yukos. A companhia anunciou que, a partir de ontem, reduziria a um terço suas provisões de petróleo à China, embora tenha afirmado que a medida era provisória. A incerteza sobre o futuro da companhia petrolífera russa já empurrou os preços para o alto em ocasiões recentes, devido ao temor de que se produza um desequilíbrio entre um nível ajustado de oferta e uma crescente demanda.

O furacão Ivan também ocasionou, na semana passada, uma queda de pouco mais de cinco milhões de barris na produção de petróleo no Golfo do México e paralisou por alguns dias a atividade de várias refinarias nos estados do sul dos Estados Unidos. No entanto, o fenômeno meteorológico não ocasionou danos importantes às instalações, por isso prevê-se que o nível habitual de produção será recuperado em breve. Os especialistas não descartam, no entanto, uma nova queda significativa nas reservas armazenadas nos Estados Unidos, devido às alterações nas operações de descarregamento de petróleo em diversos portos e terminais.