Título: Mais crédito para habitação
Autor: Lins, Thalita
Fonte: Correio Braziliense, 16/03/2011, Cidades, p. 34

Em encontro com empresários da construção civil, o governador do DF anuncia a abertura de uma linha de até R$ 400 milhões para ampliar a oferta de imóveis e aquecer o mercado local

O governador Agnelo Queiroz anunciou ontem, em reunião com empresários da construção civil, a abertura de uma linha de crédito de até R$ 400 milhões, por meio do Banco de Brasília (BRB), para ampliar a oferta de imóveis em todo o Distrito Federal e aquecer o mercado imobiliário. ¿Temos como viés novo um banco profissional, ofensivo e competitivo. Um banco de fomento que tem como função também ajudar no desenvolvimento da nossa cidade¿, declarou o governador.

O presidente do BRB, Edmilson Gama da Silva, disse que a proposta da atual gestão do banco ¿ que vinha atuando de forma tímida nesse mercado ¿ é facilitar o acesso dos empresário às diferentes linhas de créditos da instituição. ¿Reformulamos nosso portfólio de produtos da carteira imobiliária e estamos estabelecendo uma política de atuação do BRB para os empresários da construção civil com a meta de oferecer, até 2013, mais de R$ 500 milhões em crédito, mas vai depender muito da quantidade de projetos do empresariado¿, adiantou.

O presidente do BRB anunciou ainda que os prazos de carência e de tempo de financiamento serão ampliados para as construtoras. Atualmente, elas têm uma carência de até quatro meses para os empréstimos e de seis meses para o retorno do financiamento. Agora, esses prazos serão, respectivamente, ampliados para seis e 10 meses. As taxas de juros dos créditos dependem do nível de relacionamento que a empresa tem com o banco. ¿O limite é de 10,5% ao ano. Mas para ter direito ao financiamento, vai depender do pacote que a empresa tem com o BRB, como a conta-corrente, a movimentação financeira e as aplicações.¿ Segundo Edmilson, os juros aplicados pela instituição financeira são os mais baixos do mercado.

FGTS Hoje o BRB espera apenas o sinal verde do Ministério das Cidades para ser um agente de fomento do programa Minha Casa, Minha Vida, ao lado da Caixa Econômica Federal. Além da alternativa de firmar convênio com o programa de habitação, o BRB voltará a usar recursos, como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), para oferecer crédito aos brasilienses. A instituição financeira tinha deixado de operar com o FGTS desde 2008. ¿Protocolamos o retorno com a Caixa, tão logo ela defina um limite de créditos para operarmos com pessoa física e jurídica¿, explica Edmilson.

O presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), Adalberto Valadão, participou do encontro e, à saída, afirmou que a diminuição dos juros dos financiamentos resulta em imóveis mais acessíveis à população. ¿O financiamento imobiliário é um custo de produção na medida em que você reduz o juros e faz compromissos com quem busca o financiamento imobiliário. Isso reflete na ponta. Ou seja, um imóvel mais barato, que irá beneficiar também o consumidor final¿, afirma Valadão.

O Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot) também foi um dos assuntos tratados na reunião entre o governador e os empresários. A importância da verticalização de algumas áreas de Brasília foi reforçada por Agnelo e também por Valadão. O governador afirmou que a revisão do Pdot, considerado instável por Agnelo, está em curso. ¿Vamos dar prioridade à verticalização de determinadas regiões que tenham infraestrutura, pois aproveitamos essa estrutura¿, acrescentou o Agnelo. ¿Esse aproveitamento significa gastar menos¿, completou o presidente da Ademi.

Programa federal O projeto tem como foco as famílias que possuem renda de zero à três salários mínimos. O governo federal visa construir casas para famílias que recebem até 10 salários mínimos. Lançado em 13 de abril de 2009, o Minha Vida, Minha Casa beneficia três faixas de rendimento, com juros diferenciados, por meio da Caixa Econômica Federal. Além dos pacotes para famílias que ganham até três salários mínimos, há também para aquela que tem a renda de três a cinco mínimos, de cinco a seis mínimos e de seis a 10 mínimos.