Título: Congresso rechaça projeto de Cristina
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Fonte: Gazeta Mercantil, 03/12/2008, Internacional, p. A13

Buenos Aires, 3 de Dezembro de 2008 - O debate sobre um plano do governo para amenizar na Argentina os efeitos da crise global se incendiou ontem no Congresso com o rechaço, unânime, da oposição ao projeto, que inclui recursos não contabilizados e a moratória de dívidas impositivas e da Previdência.

O governo da presidente Cristina Kirchner tenta repatriar fundos argentinos no exterior, calculados entre US$ 100 bilhões e US$ 120 bilhões, com o objetivo de enfrentar a falta de liquidez e estimular a economia afetada pelo colapso financeiro mundial.

Entretanto, o conjunto de medidas é refutado por toda a oposição, incluindo legisladores socialistas e de centro-esquerda que votaram em outubro a favor do projeto oficial de estatização das aposentadorias privadas, rechaçado pelos blocos liberais e de direita. "Não iremos favorecer essa ajuda em relação a possíveis recursos não contabilizados", alertou a deputada Fernanda Reyes, da opositora Coalición Cívica (liberal cristã) que junto com a Unión Cívica Radical (UCR, social-democrata) e setores socialistas incentiva uma aliança para as eleições legislativas de 2009.

Entretanto, a Embaixada dos Estados Unidos, em Buenos Aires, divulgou ontem uma nota na qual destaca que "a Argentina tem sido uma boa parceira no esforço internacional de luta contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo", ao comentar o plano do governo peronista social-democrata.

O país sul-americano sancionou em 2000 uma lei que penaliza a lavagem de dinheiro, embora ainda não tenham sido registradas condenações para esse delito. Claudio Lozano, economista e deputado de um bloco de centro-esquerda, assinalou que "assim como está, esse projeto não pode ser votado.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 13)(AFP)