Título: Opep convida três novos países para cartel
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Fonte: Gazeta Mercantil, 03/12/2008, Infra-Estrutura, p. C7

Argélia, 3 de Dezembro de 2008 - O ministro argelino de Energia, Chakib Jelil, convidou o México, a Rússia e a Noruega a ingressar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo ( Opep) para garantir a estabilidade do mercado de petróleo, que enfrenta um desmoronamento dos preços do barril. Jelil pediu igualmente aos três países que reduzam sua produção de petróleo, em solidariedade à posição do cartel.

"O que desejamos verdadeiramente é que estes países (Rússia, Noruega e México) se convertam em membros da Opep. Não vejo por que a Rússia não pode ser membro pleno da organização, é a melhor forma de expressar a sua solidariedade", disse Jelil. O ministro, também presidente em exercício da Opep, disse que se estes três países recusarem o convite, só têm de reduzir sua produção para dar respaldo ao cartel.

"Não é necessário um acordo para se solidarizar com países que têm o mesmo objetivo que nós. Se tiverem problemas (para ingressar na Opep) , basta aplicar suas intenções de redução", acrescentou.

A Rússia, um dos principais exportadores de petróleo do mundo, manobra uma aproximação na esperança de que os preços do petróleo subam, o que a ajudaria a sair da crise financeira. "A Rússia vai se coordenar com a Opep para defender seus interesses (...) e elaborar medidas da salvaguarda", declarou o ministro russo de energia, Serguei Chmatko.

O governo preparou um projeto de protocolo de cooperação com a Opep, que vai apresentar aos países membros em sua próxima reunião em 17 de dezembro em Oran (Argélia), informou o vice-primeiro ministro de Energia, Igor Setchine, a semana passada na Venezuela, onde acompanhou o presidente Dimitri Medvedev.

Nessa reunião da Organização, que fornece petróleo para 40% do consumo mundial, espera-se uma nova diminuição da oferta de óleo para combater o desmoronamento das cotações. Os preços do petróleo perderam dois terços do valor desde julho, até ficar abaixo dos US$ 50, seu nível mais baixo em quase quatro anos.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 7)(AFP)