Título: Parceria com o Bird vai capacitar estados para atrair investimentos
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Fonte: Gazeta Mercantil, 04/12/2008, Brasil, p. A5

Rio de Janeiro, 4 de Dezembro de 2008 - A parceria firmada entre a Associação Mundial das Agências de Promoção de Investimentos (Waipa) e o Banco Mundial (Bird), destinada a ampliar a atração de investimentos para grandes projetos, começa em janeiro a segunda fase, envolvendo todos os estados brasileiros. A informação foi dada ontem pelo presidente da Waipa e da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), Alessandro Teixeira.

A parceria vai permitir o desenvolvimento de um projeto de dois anos que visa a capacitar os estados para que melhorem as informações e atendimento aos investimentos internacionais. Objetiva também, em conjunto com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), fazer com que eles possam promover suas diversas regiões.

De acordo com Teixeira, o Brasil é hoje um dos países mais atrativos para investimentos internacionais, em comparação às demais economias emergentes. "O que precisamos é ter uma política mais agressiva de atração de investimentos. Por isso, estamos fazendo esse projeto com o Banco Mundial para poder melhorar a nossa capacitação".

Segundo Teixeira, a Apex Brasil pretende aprofundar em 2009 o trabalho de diversificação de mercados, além de permanecer atuando nos 22 mercados que são o seu foco atual para o aumento das exportações brasileiras nos cinco continentes.

"Nós esperamos não só aumentar a participação nos mercados tradicionais, como os Estados Unidos e União Européia mas, principalmente, buscar um processo de diversificação em mercados nos quais o Brasil nunca trabalhou", disse Teixeira. Esse é o caso, por exemplo, do Vietnã, Angola e Macau, revelou o presidente da Waipa e da Apex Brasil.

Teixeira reiterou a importância do trabalho realizado pela Apex, porque coloca o empresário brasileiro em mercados que jamais teve acesso. Afirmou que, em conjunto com a Waipa, os pequenos e o médios exportadores brasileiros terão assegurados melhor acesso a esses mercados.

Evento no Rio

Discutir o novo cenário de investimentos, caracterizado pela desaceleração das economias desenvolvidas e pela maior presença das economias emergentes, e tratar dos efeitos da crise internacional são os principais objetivos da conferência que a Waipa promove a partir de hoje, no Rio de Janeiro. O evento, denominado Waipa Investment Conference - Foreign Direct Investment: New Scenario and Challenges, será realizado pela primeira vez no Brasil e nas Américas.

As agências de investimento de todo o mundo estão trabalhando para atenuar os efeitos da crise para o próximo ano, com uma perspectiva positiva de retomada do nível de investimentos em 2010, disse Teixeira. Ele considerou que 2008 foi um ano importante, que deve alcançar um nível de investimentos globais superior a US$ 1,8 trilhão, "que é um recorde na história econômica mundial recente". As agências estão preocupadas em dar continuidade a esse fluxo positivo de investimentos diretos externos. "Essa é a essência da nossa discussão no Rio de Janeiro".

Em 2007, o fluxo de investimento estrangeiro direto (IED) no Brasil bateu o recorde histórico de US$ 35 bilhões. "E já batemos esse recorde no ano de 2008". O presidente da Waipa estima que, este ano, o fluxo de IED ultrapasse os US$ 37 bilhões, podendo atingir US$ 39 bilhões. "E o Brasil passe a responder por mais de 30% de todo o fluxo de investimentos que entra na América Latina", afirmou Teixeira.

O Brasil, com 1,9%, já ocupa a terceira posição no `ranking¿ dos países emergentes em atração de investimentos diretos externos, atrás da China, que detém 4,5% de todo o volume investido no mundo, e da Rússia (3,3%). Teixeira acredita que esse quadro deverá se manter este ano e se aprofundar em 2009, quando o Brasil deverá atingir os 2% do total investido no mundo.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Agência Brasil)