Título: Desemprego aumenta ainda mais nos EUA
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 04/12/2008, Internacional, p. A11

Washington, 4 de Dezembro de 2008 - O mercado de trabalho continua enfraquecendo sem parar nos Estados Unidos, onde o setor privado demitiu 250 mil empregados em novembro, confirmando que a primeira economia mundial entrou na fase mais brutal da recessão. Foi a maior redução desde novembro de 2001, disse ontem a ADP Employer Services.

O Departamento do Trabalho deve divulgar amanhã um relatório que, segundo as expectativas, vai informar que a economia dos EUA perdeu 325 mil empregos em novembro.

O setor de serviços, vital para a economia norte-americana, foi afetado em cheio pela crise, segundo atestou o barômetro da atividade nesse segmento que coincidiu com a pesquisa da ADP, cujos resultados demonstram uma realidade muito pior do que estimavam os analistas.O setor de serviços dos EUA teve em novembro a sua maior contração histórica, o que contribui para aprofundar a recessão econômica, que pode ser a pior em décadas. O índice do Instituto de Administração do Abastecimento (ISM, pelas iniciais em inglês) para o setor de serviços, que representa quase 90% da economia, caiu de 44,4 pontos em outubro para 37,3 pontos, informou o ISM, sediado em Tempe, no Arizona.

Trata-se do nível mais baixo desde o começo da publicação em 1997. Os economistas esperavam que esse retrocesso se limitasse a 42 pontos. "A queda profunda na atividade de serviços em novembro serve como uma nova e lúgubre lembrança das conseqüências potencialmente devastadoras da dolorosa e prolongada recessão atual", disse Brian Bethune, da empresa de consultoria IHS Global Insight.

O índice recuou em três de seus componentes essenciais: a produção, os novos pedidos, e o emprego, todos regredindo para níveis nunca antes vistos. Setor de serviços dos EUA tem maior contração já registrada

"A atividade empresarial fechou as portas, junto com o consumo", disse Stephen Gallagher, economista-chefe do Société Générale em Nova York, em entrevista à TV Bloomberg. "Não há motivo para uma virada imediata; os mercados financeiros não foram estabilizados; o consumo não foi estabilizado."

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 11)(AFP e Bloomberg News)