Título: Sarkozy anuncia pacote de ¿ 26 bilhões
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Fonte: Gazeta Mercantil, 05/12/2008, Internacional, p. A11
Douai (França), 5 de Dezembro de 2008 - O presidente francês, Nicolas Sarkozy, apresentou ontem um plano de retomada econômica de ¿ 26 bilhões para tentar parar a engrenagem da recessão e que inclui um esforço de investimento em massa e um apoio aos setores automobilístico e imobiliário.
"A crise que estamos atravessando não é uma crise passageira, é uma crise estrutural. Ela deve nos incitar a agir rapidamente, a agir com força", disse Sarkozy. "Nossa resposta à crise, é o investimento. A melhor política de retomada possível, é a de apoio à atividade de hoje e prepara a competitividade de amanhã."
"Vamos acelerar em massa decisões de investimentos que estavam nas gavetas dos ministérios", continuou, valorizando em ¿ 10,5 bilhões os investimentos públicos extras que o Estado, os grupos locais e as grandes empresas públicas farão em infra-estrutura de transporte.
Em discurso em Douai, um dos pólos da indústria automobilística onde a Renault implantou uma de suas fábricas, o presidente francês afirmou que "o Estado está pronto a fazer tudo para salvar a indústria automobilística, 10% da população ativa".
Os consumidores poderão assim se beneficiar de um prêmio ¿ 1 mil para toda compra de um veículo novo em substituição de um com mais de 10 anos. A Peugeot e a Renault estão com os estoques cheios, com cerca de 1 milhão de carros.
O presidente francês também anunciou a criação de um fundo de reestruturação da filial automobilística, em particular os terceirizados, no valor de ¿ 300 milhões. O Estado garantirá ainda em ¿ 1 bilhão os créditos concedidos pelos organismos de financiamento do setor.
Contrapartida
Mas o presidente francês advertiu aos construtores franceses contra as transferências de fábricas, dizendo que elas seriam incompatíveis com a solução do Estado. "Não haverá ajuda sem contrapartida. Não deixarei desmantelar a ferramenta industrial francesa", disse.
Sarkozy também anunciou ¿ 11,5 bilhões de reembolso acelerado da dívida do Estado aos olhos das empresas francesas para reforçar sua tesouraria, constituída por receitas fiscais excedentes. Medidas para a retomada do imobiliário e do setor de construção, com a construção ou a aquisição pelo Estado de 100 mil casas nos dois próximos anos, assim em março de um prêmio de ¿ 200 às famílias mais pobres.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 11)(AFP)