Título: Construção civil deve crescer 5% em 2009
Autor: Aliski,Ayr
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/12/2008, Brasil, p. A6

Brasília, 8 de Dezembro de 2008 - O setor da construção civil considera inevitável a desaceleração, mas ainda tem fôlego para continuar crescendo em 2009. Essa é a perspectiva da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que aposta em crescimento de 5% no próximo ano. Apesar de ser um bom índice, frente às expectativas de desaceleração para toda a economia, é muito menos que o crescimento projetado para 2008, de 8,8%. "Acabou a euforia, a gordura. Voltamos ao patamar de 2006", afirmou o presidente da CBIC, Paulo Safady Simão.

A aposta de manutenção do crescimento, entretanto, depende muito de obras públicas, incluindo ajustes que liberem as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), já que é considerada certa a retração do mercado imobiliário.

Outro sinal de arrefecimento no setor é o nível de empregos. Apesar de comemorar a geração de 300 mil novos postos formais de trabalho de janeiro a outubro, há franco processo de demissões desde outubro. Segundo Safady, é uma situação sazonal, típica de final de ano. Mas ele admite que as empresas adiaram empreendimentos novos, principalmente em São Paulo. "Esse quadro negativo vai se repetir em dezembro", disse.

Para evitar o aprofundamento da crise, Safady defende rápida liberação pelos bancos privados de R$ 7 bilhões para capital de giro às construtoras. São recursos que tornaram-se disponíveis com a decisão do governo que permitiu a aplicação de 5% dos depósitos da caderneta de poupança em linhas de capital de giro para as construtoras. A Caixa Econômica Federal (CEF) já movimentou sua cota, que era de R$ 3 bilhões. Falta agora as demais instituições liberarem o restante, destacou Safady.

Ele destaca que 40% do faturamento do setor vem da área imobiliária e o restante de obras públicas e grandes projetos. Por isso defende maior agilidade na liberação de recursos do PAC. Segundo ele, há cerca de 45 mil contratos de obras realizadas por 17 entidades do setor público que estão "travadas" no gerenciamento realizado pela CEF.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6)(Ayr Aliski)