Título: Sarkozy e Brown atacam protecionismo
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Fonte: Gazeta Mercantil, 09/12/2008, Internacional, p. A14

Londres, 9 de Dezembro de 2008 - O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, lançou-se contra o protecionismo, depois de uma reunião ontem em Londres com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso.

"Concordamos em afirmar que o protecionismo contribuiria para adiar a reativação econômica e repetiria erros do passado", afirmou o chefe de Governo britânico, em entrevista à imprensa em seguida ao encontro em Downing Street dos três líderes, para examinar respostas para a crise financeira.

"O protecionismo é o que devemos evitar e combater nos próximos meses", reafirmou o líder britânico, que será o anfitrião da próxima reunião de cúpula do G-20, no dia 2 de abril de 2009.

"Estamos convencidos de que todos os países do mundo devem pressionar" para subscrever um acordo mundial de comércio, "que está a nosso alcance nos próximos dias", insistiu Brown.

O líder trabalhista reiterou o chamado para todos os países estabelecerem "uma agenda comum", voltada para a próxima reunião da Organização Mundial de Comércio (OMC), agora em dezembro em Genebra, para buscar uma saída para a Rodada Doha, iniciada em 2001 e travada desde a última reunião em julho.

"Para esta crise sem precedentes, necessitamos um nível também sem precedentes de ambição", lançou Brown, que teve seu plano de resgate dos bancos, anunciado no princípio de outubro, copiado no mundo inteiro.

A Grã-Bretanha será a anfitriã da próxima reunião de cúpula do G20 (os sete países mais industrializados do planeta, mais a União Européia e 12 países emergentes, incluindo Brasil, Índia e China), em 2 de abril de 2009.

Na semana passada, o diretor da Organização Mundial de Comércio (OMC), Pascal Lamy, pediu aos países membros que preparem seus ministros para irem a Genebra entre 13 e 15 de dezembro a fim de buscar uma saída para Doha.

Sarkozy e Brown desmentiram qualquer divergência com a Alemanha, que não gostou de não ser convidada para o encontro, a poucos dias da reunião de cúpula de Bruxelas.

Os dois líderes multiplicaram as declarações para negar qualquer diferença com a chanceler alemã Angela Merkel.

"Recebi Merkel há oito dias, conversamos muito", afirmou Sarkozy durante entrevista à imprensa junto com Brown e Barroso, ao final de uma reunião consagrada à crise econômica e aos diversos planos de retomada europeus. Segundo ele, "os pontos de vista se aproximaram imensamente há algumas semanas".

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 14)(AFP)