Título: BC e melhora externa derrubam dólar
Autor: Simone , Bernardino, Silva
Fonte: Gazeta Mercantil, 11/12/2008, Finanças, p. B2

11 de Dezembro de 2008 - O dólar comercial fechou o dia de ontem em baixa, acompanhando o bom humor dos mercados internacionais. A perspectiva de que os legisladores aprovem o pacote de US$ 15 bilhões de ajuda às montadoras norte-americanas trouxe alento aos negócios. Há mais de um mês a situação crítica deste segmento, à beira de um colapso, tem sido fonte de preocupação entre os investidores. A moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 2,424 e a máxima de R$ 2,512 até fechar o pregão em queda de 1,78%, vendido a R$ 2,430. Os leilões do Banco Central ( BC) ajudaram a puxar as cotações para baixo. A autoridade monetária rolou US$ 5,4 bilhões em contratos de swap cambial com vencimento no próximo dia 2 de janeiro e vendeu dólares no mercado à vista por duas vezes. As taxas médias foram de R$ 2,46 e R$ 2,424.

Para Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora, o socorro às montadoras deve evitar uma deterioração ainda maior das expectativas com relação ao cenário para a economia global e trazer alguma melhora para os negócios. "Mas o pacote que se desenha é bastante limitado e se aprovado nestas condições, não deve consolidar uma trajetória positiva para os preços dos ativos. Vai representar apenas um alívio paliativo e de efeito temporário, com eficácia duvidosa", avalia Miriam, ressaltando que uma melhora sólida e duradoura só deve acontecer se e quando o governo do presidente eleito dos EUA, Barak Obama, começar a implantar o seu plano de reativação da economia norte-americana. No Brasil, o fluxo cambial ficou positivo em US$ 7 milhões nos cinco primeiros dias úteis de dezembro, após uma série de leituras negativas. Em novembro, foi registrada saída líquida de US$ 7,159 bilhões - a maior desde janeiro de 1999.

As projeções de juros embutidas nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) negociados na BM&FBovespa fecharam sinalizando queda. O DI de janeiro de 2010, o mais líquido, registrou taxa anual de 12,94%, ante 13,18% do ajuste anterior. Este papel teve 224,6 mil contratos fechados e giro de R$ 19,7 bilhões. O DI de janeiro de 2009 apontou taxa de 13,43%, contra 13,44% da véspera. O contrato teve 192 mil negócios fechados e giro de R$ 19 bilhões. O contrato com vencimento em janeiro de 2011 apontou taxa anual de 13,37%, frente aos 13,64% do último fechamento. Foram negociado 13,5 mil contratos neste vencimento e o giro foi de R$ 1 bilhão.

(Gazeta Mercantil/Caderno B - Pág. 2)(Simone e Silva Bernardino/ InvestNews)