Título: Indústrias alimentícias se anteciparam e operam protegidas contra a crise
Autor: Salgueiro,Sônia
Fonte: Gazeta Mercantil, 10/12/2008, Brasil, p. A4

10 de Dezembro de 2008 - Algumas empresas continuam a adotar os mesmos procedimentos no mercado internacional. E não é porque vêem um cenário cor-de-rosa, mas porque já se consideram bastante prudentes. Fazem parte desse grupo as indústrias alimentícias Harald e Fini. "Com essa crise generalizada, já teríamos implementado alguma mudança caso não fôssemos extremamente cautelosos", afirma Daniela Azevedo, analista de exportação da Fini, filial brasileira do grupo espanhol Sánchez Cano.

Com fábrica em Jundiaí (SP) e uma linha de produtos que inclui balas de gelatina, chicletes e marshmallows, a Fini exporta apenas 2% de seu faturamento total. "A unidade brasileira foi construída para atender especificamente o mercado nacional, mas, dada a proximidade, passou a fornecer a países sul-americanos e da América Central. Os demais mercados são atendidos pela matriz espanhola, com exceção da África. "É que o frete para lá é mais compensador a partir do Brasil do que da Espanha", diz Daniela.

A Fini sempre atuou no exterior basicamente com pagamento antecipado. "Não é assim tão antecipado", faz questão de ressaltar a analista. Segundo ela, o cliente tem que fazer o pagamento dois dias antes do embarque, quando a reserva no navio já está confirmada. Já a carta de crédito é, na concepção da Fini, uma concessão especial dada a clientes de longa data. Daniela explica que dois clientes do Uruguai e um da África fazem uso da carta.

Na produtora de coberturas e chocolates Harald, tudo segue como antes, informa o diretor comercial, Jacob Cremasco. "Continuamos acompanhando com rigidez a abertura de novos clientes", diz. "Não dá para mudar o comportamento a cada situação delicada."

A empresa exporta para América Latina, Estados Unidos e Oriente Médio atualmente suas exportações correspondem a 3% do faturamento. "Neste ano nossas vendas externas cresceram 80% e a meta é crescer outros 33% em 2009", adianta o diretor comercial.

A Harald vende no mercado internacional principalmente via carta de crédito ou mediante pagamento à vista. Além disso, luta para manter suas vendas bem pulverizadas. "Nosso maior cliente no mercado interno não chega a responder por 1% dos negócios. Daí, se ele balançar, nós não balançamos", exemplifica Cremasco. A mesma filosofia é seguida à risca no exterior. "Também lá fora o risco é mínimo e calculado", comenta o executivo.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 4)(S.S.)