Título: Corregedor promete celeridade
Autor: Medeiros, Luísa ; Taffner, Ricardo
Fonte: Correio Braziliense, 17/03/2011, Cidades, p. 31

Durante reunião da Mesa Diretora, Eduardo da Fonte deixou clara a intenção de investigar, de forma ágil, as denúncias contra Jaqueline Roriz

O caso Jaqueline Roriz (PMN) ocupou grande parte da pauta de discussões da reunião de ontem da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Consenso entre os parlamentares foi de que é preciso reagir rápido às denúncias e dar mostras claras de que a atual gestão da Casa não pretende se omitir nos casos de irregularidades praticadas pelos parlamentares. A atitude proativa é uma forma de o presidente Marco Maia (PT-RS) marcar posição e cumprir a promessa de campanha de trabalhar pela melhoria da imagem do parlamento perante a opinião pública. Nesse contexto, o corregedor Eduardo da Fonte (PP-PE) recebeu a missão de ser rápido na análise e no envio do processo ao Conselho de Ética.

Segundo Fonte, o caso deve ser concluído pelo órgão até o próximo dia 30. Amanhã, técnicos da Corregedoria vão tentar notificar Jaqueline Roriz para que ela apresente defesa. O corregedor está amparado por um parecer do Departamento Médico da Casa para citar a deputada apesar do atestado médico apresentado por ela na segunda-feira. Caso não consiga encontrá-la após três tentativas, a intimação será publicada no Diário da Câmara.

Apesar da possibilidade de o processo morrer ainda nesta primeira etapa de apurações ¿ como ocorreu com dezenas de irregularidades atribuídas a parlamentares em anos anteriores ¿ Eduardo da Fonte afirma que já há entendimento no sentido de levar as investigações sobre a conduta da deputada federal do DF.

De acordo com o corregedor, os indícios contra a parlamentar são suficientes para garantir que o caso seja aprofundado. ¿Temos pressa na análise dessas denúncias. Logo que a deputada se pronunciar será possível dar prosseguimento às apurações dessas possíveis irregularidades. É preciso dar uma resposta rápida à sociedade¿, disse ele.

Empenho A pressa do corregedor é justificável. Ontem, durante as discussões sobre o caso, a maioria dos integrantes da Mesa Diretora defendeu a necessidade de agir de forma célere. Na prática, as denúncias contra Jaqueline Roriz são o primeiro teste para o novo parlamento. Como em todo início, ninguém pretende errar na largada. ¿Esse caso tem sido discutido por vários setores da Casa. Não há disposição alguma de atrapalhar ou emperrar as investigações. Pelo contrário. Todos estão empenhados. Há consenso da Mesa sobre isso¿, diz o corregedor.

Opinião do internauta

Leitores comentaram no site do Correio a reportagem que mostra a contratação de familiares de Manoel Neto pelo gabinete da mulher, a deputada Jaqueline Roriz, entre 2006 e 2010. Confira alguns trechos:

Júlio Neto ¿Se todos os funcionários da Câmara Legislativa fossem concursados, evitaria e muito o nepotismo. Tem que se acabar com estes contratos comissionados. É a única forma de se evitar tantas falcatruas. Que algum deputado tome a iniciativa de criar uma lei que só concursados trabalhem na Câmara.¿

Heanes Medeiros ¿Verdade seja dita, conquanto seja imoral, a prática da deputada não foi ilegal. Aliás, enteada do marido não é parente, logo não houve nepotismo. O que a população tem de combater é o grande número de cargos comissionados nos órgãos públicos.¿

José Pereira ¿Esse cara acabou com a TCB e continua aí. Celina Leão, Manoel Neto, Jaqueline Roriz e outros são todos da mesma panelinha.¿

Rodinelson Júnior ¿Vai sobrar algum para pagar esta conta?¿

Mário Morais ¿Façam alguma coisa, por favor! Eu não aguento mais! Bando de pilantras, deixe a nossa cidade em paz, raposas!¿

Michele Sousa ¿As pessoas nomeadas como CNE não deveriam ter os mesmos benefícios de um concursado. Isso só existe no Brasil. Não há direito nisso, é pura malandragem!¿

Alessandra Carvalho ¿Quando esse povo começa a roubar fica logo doente quando descoberto.¿

Janderson Cruz ¿Nas próximas eleições, esse Manoel Neto vai se candidatar a deputado distrital e vai ser eleito. Aposto com qualquer um. Ô, povo sem vergonha!¿