Título: GDF muda sistema de consulta
Autor: Paranhos, Thaís
Fonte: Correio Braziliense, 17/03/2011, Cidades, p. 33

Portaria determina que 70% dos atendimentos serão redistribuídos pelas regionais. Agnelo Queiroz visita Hospital Regional de Brazlândia As regras para a marcação de consultas e exames na rede pública sofreram alterações. A Portaria nº 26 da Secretaria de Saúde, publicada no Diário Oficial do Distrito Federal de ontem, determina que 70% dos atendimentos médicos serão regulados e os outros 30% atenderão retorno e demandas internas de cada unidade de saúde. Isso significa que, a partir de agora, o requerimento do paciente ficará disponível na rede, que distribuirá os casos às regionais, de acordo com a especialidade. A medida visa a normatizar o fluxo e a integralidade do atendimento. A centralização das consultas ficará a cargo da Subsecretaria de Programação, Regulação, Avaliação e Controle da Secretaria de Saúde do DF

De acordo com o secretário de Saúde do DF, Rafael Aguiar Barbosa, a medida segue recomendação do Ministério da Saúde. ¿Essa portaria vai garantir o acesso do paciente aos serviços de saúde. O paciente que for a uma consulta sairá de lá com o pedido do exame e a data para retorno, por exemplo¿, explicou. O artigo 4º determina ainda que, se o paciente não conseguir ser atendido por alguma razão, mas tiver marcado a consulta, ele poderá remarcá-la em até 15 dias.

Com a norma, os horários de funcionamento dos centros hospitalares também sofrerão alterações. A partir de agora, as unidades básicas de saúde (UBS) não poderão interromper os serviços durante o período de almoço. As unidades de pronto atendimento (UPA) e os hospitais deverão funcionar sem interrupção, exceto os serviços ambulatoriais e administrativos. Caberá às regionais manter um posto aberto das 7h às 22h para o atendimento de pacientes considerados menos graves.

O secretário anunciou na manhã de ontem, durante visita ao Hospital Regional de Brazlândia, que até o fim da semana assina nota de empenho para a construção de oito UBSs. ¿A princípio, vamos construir uma no Itapoã, duas em Ceilândia e uma no Gama¿, adiantou Barbosa. Ele disse também que estuda com representantes do Ministério da Saúde a construção de UPAs no Entorno. ¿Estamos em processo de discussão, mas esperamos desafogar a rede de saúde do DF.¿

Visita A rotina no Hospital Regional de Brazlândia mudou na manhã de ontem. O secretário de Saúde e o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, visitaram a unidade de saúde como parte do programa do Gabinete de Crise da Saúde. Durante a manhã de ontem, eles conheceram as instalações e detectaram os principais problemas. Essa é a décima visita aos centros clínicos, incluindo o Hospital Universitário de Brasília (HUB), que faz parte da rede federal de saúde.

A pedagoga Elza Caetano, 60 anos, moradora de Brazlândia, passa boa parte do dia no centro de saúde da cidade e aproveitou a presença do governador para pedir melhorias. Ela acompanha a mãe, que se internou no local após sofrer um derrame. A pedagoga conta que uma vez precisou levar um criança à emergência, mas esperou por mais de duas horas para ser atendida. ¿Sem contar que faltam médicos de diversas especialidades aqui e a marcação de consulta pode demorar de seis meses a um ano¿, aponta.

Moradora de Ceilândia, a operadora de caixa Telma Trindade, 27 anos, preferiu dar à luz a primeira filha no Hospital de Brazlândia. ¿Lá, eu não consegui ser atendida, e o serviço daqui é melhor.¿ No início da semana, ela sentiu dores abdominais e correu para a unidade de saúde com medo de que pudesse haver alguma complicação em decorrência do parto.

Na avaliação do governador, as instalações do Hospital de Brazlândia estão bem conservadas. Mas prometeu construir um banco de leite, trocar mobiliário, comprar equipamentos, ampliar a quantidade de leitos e erguer um bloco para abrigar o corpo administrativo. ¿O hospital está num estado bem melhor do que outros. Com essas iniciativas, vamos melhorar ainda mais a unidade, que poderá servir como referência no Distrito Federal¿, diz.

Eu acho...

¿Existe carência no Hospital de Brazlândia. Nas áreas de ortopedia, neurologia e urologia, por exemplo, faltam médicos dessas especialidades. Apesar de conseguir ser atendido e não ter grandes reclamações, sei que a espera é muito grande quando se trata de uma consulta ou um exame. Quando não somos encaminhados a hospitais em lugares mais distantes. Estou com problemas neurológicos, fiz um exame no Hospital de Ceilândia em outubro do ano passado, mas até hoje não consegui começar o tratamento e tomar os remédios necessários. Outra questão relevante é que a população de Brazlândia cresceu muito e o hospital não acompanhou, sem contar os pacientes que vêm de outras regiões. Queríamos pedir ao governador a construção de outros hospitais.¿