Título: Banco asiático corta projeção para emergentes
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Fonte: Gazeta Mercantil, 12/12/2008, Internacional, p. A10

Hong Kong, 12 de Dezembro de 2008 - O crescimento das economias asiáticas emergentes terá uma desaceleração para uma taxa de expansão 5,8% em 2009, e os governos regionais devem estimular a demanda doméstica para evitar uma queda mais profunda da atividade, assegurou ontem o Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD) em seu novo relatório.

Devido à crise econômica mundial, o crescimento vai ter uma desaceleração para 6,9% este ano, já que os investidores, nervosos, perdem interesse na região e o mercado de exportações se vê afetado por uma queda da demanda, disse o estudo.

A China, a locomotiva do brilhante desempenho econômico da região nos últimos cinco anos, vai crescer cerca de 8,2% este ano, contra os cerca de 9,5% previstos anteriormente, segundo o BAD, com sede nas Filipinas.

"Os países asiáticos em desenvolvimento, que inicialmente pareciam bem posicionados para enfrentar a crise mundial, encontram-se sob crescente pressão", disse o BAD em um informe especial que monitora a crise divulgado em Hong Kong. "Os títulos asiáticos e as condições de financiamento externas foram afetados à medida que os investidores mundiais reduzem os ativos nos mercados emergentes."

De acordo com o estudo, apesar do acúmulo de reservas de divisas desde a crise financeira asiática de 1997, a contração mundial de crédito vem colocando em prova a habilidade dos bancos em continuar emprestando dinheiro.

Os dados de crescimento para a Ásia em desenvolvimento - uma enorme região que inclui 44 países da Ásia central e sudeste asiático, incluindo a Indonésia - foram revistas para baixo em relação às estimativas prévias de 7,5% para 2008 e 7,2% para 2009.

As economias que dependem das exportações são particularmente vulneráveis.

"A fraca demanda por bens manufaturados em grandes países industriais significa menos pedidos de exportação da Ásia, com efeitos na produção industrial", disse o relatório.

"O volume mundial de comércio está desacelerando rapidamente e é previsto que só se expanda em 2009, criando dificuldades para as economias regionais que dependem das exportações para o crescimento", acrescentou o documento.

Apesar do panorama sombrio, a Ásia está relativamente bem posicionada para evitar os piores efeitos da crise, mas os governos devem atuar de maneira agressiva para estimular a demanda doméstica e aumentar o gasto público, disse o banco asiático.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 10)(Guy Newey/AFP)