Título: Pedidos de seguro- desemprego nos EUA batem novo recorde
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Fonte: Gazeta Mercantil, 12/12/2008, Internacional, p. A11

Washington, 12 de Dezembro de 2008 - Os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos atingiram na última semana o maior nível em 26 anos, à medida que a retração econômica forçou os empregadores a demitir, informou o ontem Departamento de Trabalho.

O aumento foi de 58 mil pedidos, o maior desde setembro de 2005, para um nível com ajuste sazonal de 573 mil --o mais elevado desde novembro de 1982. Uma autoridade do departamento disse que não houve fatores excepcionais pressionando o dado, que superou a previsão de analistas de 525 mil.

Os pedidos de prorrogação do auxílio-desemprego (pessoas que requisitam o benefício por mais de uma semana) saltaram para 4,43 milhões na semana de 29 de novembro, também o maior volume em 26 anos.

As empresas estão reduzindo suas folhas de pagamento, em um momento em que os consumidores apertam os cintos e o crédito permanece engessado. O aumento das demissões e a queda dos preços das casas aumentam a probabilidade de que a recessão norte-americana vá avançar até um bom período de 2009, justificando ainda mais a adoção do pacote de estímulo econômico de dimensões sem precedentes defendido pelo presidente eleito Barack Obama.

"O mercado de trabalho está diante de sua pior crise desde 1982, e ela certamente ainda não acabou", disse Harm Bandholz, economista para os EUA, da Unicredit Markets and Investment Banking, de Nova York, antes da divulgação dos dados. "Uma das tarefas mais importantes do governo recém-eleito é, portanto, ajudar os mutuários com problemas e estimular o mercado de trabalho", afirmou.

O déficit comercial dos EUA aumentou inesperadamente em outubro, uma vez que a retração da demanda mundial causou a terceira queda consecutiva nas exportações. Isso significa que a economia dos EUA está se contraindo ainda mais rápido do que se estimava anteriormente.

A diferença entre as importações e exportações cresceu 1,1%, para US$ 57,2 bilhões, a partir de US$ 56,6 bilhões em setembro (dado corrigido), informou ontem o Departamento do Comércio americano. As exportações caíram ao nível mais baixo em sete meses, com o declínio das compras externas de aeronaves, automóveis, produtos químicos e alimentos dos EUA. "O comércio exterior vai ser um obstáculo significativo ao crescimento do quarto trimestre"'', disse Dean Maki, um dos chefes de pesquisa econômica sobre os EUA da Barclay's Capital . "``A desaceleração na demanda externa está afetando a indústria de transformação."

A expectativa era de que o déficit comercial diminuísse dos US$ 56,5 bilhões informados anteriormente em setembro para US$ 53,5 bilhões.

O Departamento do Trabalho divulgou ontem que os preços dos bens importados pelos EUA registraram em novembro a maior queda histórica, 6,7%.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 11)(Reuters e Bloomberg News)