Título: Avaliação do BRB gera polêmica
Autor: Aliski,Ayr
Fonte: Gazeta Mercantil, 07/01/2009, Finanças, p. B2
Brasília, 7 de Janeiro de 2009 - A polêmica começa a cercar o processo de venda do Banco de Brasília (BRB) para o Banco do Brasil, a ser realizada no primeiro semestre. Os debates envolvem o preço da negociação, que teria sido estipulado em R$ 800 milhões, conforme a primeira avaliação que está prestes a ser concluída. O Governo do Distrito Federal (GDF) demonstra descontentamento e quer preço maior, de pelo menos R$ 1,2 bilhão. E foi justamente a divulgação extra-oficial do preço de referência do banco brasiliense que causou uma reação negativa do GDF. O governador, José Roberto Arruda, teria considerado o valor baixo, na avaliação feita pela Ernst & Young, consultoria contratada pelo próprio governo para definir o preço do banco. Consultado, o BRB não comentou as informações. Fontes do governo do Distrito Federal, porém, confirmaram que há descontentamento quanto aos valores preliminares.
O BB não comenta o caso. Esclareceu, apenas, que qualquer novidade sobre a compra do BRB será informada por meio de Fato Relevante, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Recentemente, o banco federal realizou operações de incorporação do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) e do Banco do Estado do Piauí (BEP), além da aquisição da Nossa Caixa, de São Paulo. Em todas essas operações, também, as especulações sobre o preço final foram bastante divergentes.
A "guerra de preço" na recente venda da Nossa Caixa fez as apostas apontarem para até R$ 8 bilhões. E ficou acima do valor final, de R$ 5,3 bilhões.
O BRB está sendo alvo de duas avaliações independentes e simultâneas. O BB contratou a Booz & Company. Se houver grande descompasso entre as duas avaliações poderá ser acionada a "fairness opinion". Ou seja, uma terceira avaliação, por uma nova consultoria, para elaborar um valor considerado mais razoável.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Ayr Aliski)