Título: Complexo Rio das Antas está na reta final
Autor: Arruda,Guilherme
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/01/2009, Empresas, p. C1

Caxias do Sul (RS), 8 de Janeiro de 2009 - A fase final de conclusão do Complexo Energético Rio das Antas, na serra gaúcha, teve início na última semana de dezembro com o começo da operação da primeira das duas turbinas da usina hidrelétrica 14 de Julho. O conjunto tem uma potência instalada de 100 megawatts (MW), mas neste primeiro momento 50 MW estarão sincronizados ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A segunda unidade está em comissionamento (seqüência de testes técnicos). A geração comercial está prevista para iniciar no final de março, mais tardar, começo de abril.

Vendolino Fischer, diretor superintendente da Companhia Energética Rio das Antas S.A. Ceran, empresa responsável pela implantação e a exploração dos aproveitamentos hidrelétricos de Monte Claro, Castro Alves e 14 de Julho, usinas que integram o Complexo do Rio das Antas, informa que "não existe nenhum plano para a expansão da empresa". A Ceran tem entre seus sócios a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), com uma participação de 65%, a Companhia de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-GT), com 30% e a Desenvix, com 5%.

Aporte bilionário

O investimento destinado ao complexo ultrapassa R$ 1,2 bilhão. A construção contou com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e agentes repassadores, como o Banco do Brasil (BB), Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Agência de Fomento do Rio Grande do Sul (Caixa RS) e Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul).

A Monte Claro opera desde 2004, com capacidade instalada de 130 megawatts. O segundo empreendimento, a hidrelétrica Castro Alves, com potência de 130 MW, começou a gerar comercialmente em março de 2008. As três usinas agregam 360 MW de potência ao Sistema Interligado Nacional - potência equivalente ao consumo dos sete municípios da área de influência do complexo.

A energia assegurada pelas três usinas hidrelétricas é suficiente para atender 630 mil famílias, com consumo médio residencial de 200 kilowatt-hora por mês (kWh/mês).

A 14 de Julho situa-se entre os municípios de Cotiporã e Veranópolis (margem direita) e Bento Gonçalves (margem esquerda). A barragem está construída entre Bento Gonçalves e Cotiporã, tem 362 metros de extensão e uma queda bruta de 33,5 metros. O reservatório ocupa uma área de seis quilômetros quadrados, apresentando uma relação de potência instalada/área alagada de 16 megawatts por quilômetro quadrado.

Concessão de 35 anos

A concessão para exploração do potencial energético é de 35 anos, conforme o Decreto de Outorga datado de 19 de fevereiro de 2001, publicado no Diário Oficial da União (DOU) em fevereiro do mesmo ano. O Contrato de Concessão que regula as condições para exploração dos aproveitamentos foi assinado em 15 de março de 2001, estabelecendo à Ceran a condição de Concessionária de Produção Independente de Energia Elétrica e atribuindo-lhe as prerrogativas, direitos e obrigações pertinentes, nos termos da legislação federal em vigor.(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 1)(Guilherme Arruda)