Título: Defesa quer transferência de tecnologia
Autor: Americano,Ana Cecília
Fonte: Gazeta Mercantil, 23/12/2008, Brasil, p. A6

23 de Dezembro de 2008 - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou ontem, durante o 2º. Encontro Empresarial Brasil União Européia, no Rio de Janeiro, que já existem duas decisões tomadas para o Plano de Ação na área da defesa: a compra de 50 helicópteros no exterior, com transferência de tecnologia para a Helibras e a construção de cinco submarinos, um dos quais com tecnologia nuclear.

Segundo Jobim, em todos os casos, não se trata de compra de equipamentos, mas de transferência de tecnologia. O ministro informou que a unidade de construção das aeronaves será no Rio de Janeiro e que boa parte da eletrônica será feita no Brasil por empresas brasileiras. Esse pacote teria sido orçado, em 1,899 bilhão de euros, e deve aumentar o número de funcionários da Helibras de 100 para 500, além de fomentar outros 5 mil empregos em outras empresas brasileiras, responsáveis pela parte de aviônica a ser construída no País.

Já o acordo relativo aos submarinos, com a França, compreenderia quatro submarinos convencionais, a diesel, e a construção da parte "não nuclear" do submarino nuclear. "Isso porque a parte nuclear será feita pelo Brasil, pois já dominamos essa tecnologia", detalhou. Também o estaleiro dos submarinos será no Rio de Janeiro, e o acordo de intenções seria assinado ainda ontem, durante o encontro entre as lideranças do Brasil e da França. "Este estaleiro será operado por 20 anos e depois será reintegrado ao patrimônio nacional", informou o ministro. No caso do reequipamento da Força Aérea, Jobim afirmou que a Aeronáutica deverá apresentar a sua análise até julho.

Perguntado sobre os aeroportos, Jobim explicou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está trabalhando na análise que formatará as concessões da área. O estudo deverá ser entregue até o final de fevereiro, quando começará a discussão sobre as concessões do Galeão, no Rio de Janeiro, Viracopos em São Paulo e a construção de novos aeroportos paulistas.

Sobre as filas nos aeroportos nesta semana, Jobim minimizou o problema. Afirmou serem um problema restrito à Gol, que teria cortado funcionários e estaria com falta de pessoal para dar conta da demanda.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6)(A.C.A.)