Título: Obama detalha plano de estímulo econômico
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 09/01/2009, Internacional, p. A8
Fairfax (EUA), 9 de Janeiro de 2009 - O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu ontem um corte de impostos de US$ 1 mil para 95% das famílias norte-americanas, como parte de seu plano de recuperação da economia.
Em discurso pronunciado perto de Washington, Obama, que assumirá oficialmente no dia 20 de janeiro, explicou que a medida tem como meta estimular o consumo. Esta medida será "a primeira etapa da redução de impostos para a classe média que prometi durante a campanha eleitoral e que será incluída no próximo orçamento", declarou.
O custo do plano de recuperação preparado pela equipe de Obama, que consiste em 40% em reduções de impostos, foi avaliado em pelo menos US$ 775 bilhões. "O plano vai, de fato, aumentar o déficit orçamentário do país a curto prazo", admitiu o presidente eleito. "Contudo, também é fato que fazer pouco ou não fazer nada levaria a um maior déficit de empregos, de renda e de confiança em nossa economia."
"Vamos modernizar mais de 75% dos prédios da administração, e melhorar a eficiência energética em dois milhões de moradias americanas, poupando assim bilhões de dólares para consumidores e contribuintes", destacou.
A ausência de um amplo plano de resgate teria conseqüências desastrosas na economia, muito piores que o aumento do déficit orçamentário, advertiu Obama neste discurso pronunciado na universidade George Mason em Fairfax (Virginia, leste dos EUA).
Abalado pela crise, o orçamento dos EUA deve apresentar um déficit faraônico de US$ 1,2 trilhão este ano, segundo um relatório da Comissão de Orçamento do Congresso americano (CBO) publicado anteontem. (Ver tabela acima.)
"Não acho que seja tarde para mudar de direção, mas será tarde se não tomarmos providências cruciais o mais rápido possível. Se nada for feito, esta recessão pode perdurar durante anos", disse Obama.
De acordo com o relatório da CBO, o déficit do exercício 2008/2009 deve representar 8,3% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 3,1% em 2008. Quando o custo do plano for realmente conhecido, o déficit será provavelmente superior a 10% do PIB.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 8)(AFP)