Título: Pesquisa do BC prevê em outubro um...(pág. B-2)
Autor: Simone Cavalcanti e Silvia Araújo
Fonte: Gazeta Mercantil, 21/09/2004, Finanças & Mercados, p. B-1
A pesquisa do BC acabou sendo divulgada num dia em que os mercados colhiam boas notícias. A taxa de risco brasileira experimentou mais um dia de queda, após a melhora da classificação da dívida soberana de longo prazo, em moeda estrangeira, por parte da Standard & Poor''s. No final dos negócios a taxa medida pelo JP Morgan situava-se em 455 pontos, refletindo o avanço das cotações do C-Bond, principal papel da dívida externa brasileira, que subia para 99,5% do seu valor de face.
A melhora na classificação do risco da dívida ocorreu na sexta-feira, depois de os mercados estarem fechados. Desta forma, todos os setores iniciaram as operações da semana repercutindo a nova nota. A classificação, segundo a agência, voltou para o mesmo patamar observado antes da crise de confiança das eleições de 2002. A S&P justificou a decisão pela melhora das contas externas, redução da parcela em dólar da dívida pública e pela política econômica. O desempenho externo tem sido patrocinado pelo forte fluxo comercial, que já acumula superávit de US$ 23,9 bilhões no ano.
O fluxo comercial, somado às captações e rolagem de dívida por parte das empresas e instituições financeiras, mantém a tendência de queda das cotações do dólar. Por outro lado, o recuo chama ao mercado os participantes que aproveitam a cotação em baixa para comprarem moeda para pagamento de dívidas. Esse movimento ocorreu ontem: o dólar fechou em alta de 0,28%, a R$ 2,875.
As taxas de juros ensaiaram ceder, após os investidores se certificarem de que a inflação ao consumidor continua sob controle, apesar dos preços no atacado. No final do dia a cautela predominou e as taxas voltaram a subir, porém, em ritmo lento. O contrato de janeiro indicou taxa de 16,70% ao ano, contra 16,66% do ajuste da sexta-feira. Simone Cavalcanti e Silvia Araújo