Título: Saída de recursos do mercado de capitais diminuiu este mês
Autor: Lucia Rebouças
Fonte: Gazeta Mercantil, 21/09/2004, Finanças & Mercados, p. B-2
Estoque dos investimentos no País somava US$ 14,7 bi em agosto. A saída dos investidores estrangeiros do mercado de capitais diminuiu este mês e já se espera um movimento de realocação de recursos para papéis brasileiros, pelos dos fundos de investimentos, voltados para mercados emergentes e por grandes fundos de pensão norte-americanos.
Segundo Fernando Brasileiro, responsável pela área de recursos estrangeiros do BankBoston - o segundo maior administrador de recursos estrangeiros no País - este mês saíram da carteira de estrangeiros US$ 1,2 milhão. Projetado para todo o mês de setembro, o total ficaria em torno de US$ 4 milhões, quando em agosto as saídas chegaram a US$ 30 milhões.
A desaceleração é resultado da mudança do cenário econômico, que está visível também na recuperação do índice de preços da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), de acordo com Brasileiro. No mês, o Ibovespa acumula valorização de 1,20%.
Desde março, mês em os estrangeiros mais tiraram dinheiro ( US$ 314,8 milhões) o saldo entre entrada de dinheiro e retiradas apresentou uma forte volatilidade, acompanhando o vai e vem das expectativas de crescimento econômico. Conforme dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em abril, entrou mais do que saiu (US$92,6 milhões); em junho saíram US$ 372,8 milhões. Em julho as retiradas caíram para US$ 57 milhões para dar um novo salto em agosto (US$ 276,2 milhões).
Com a redução do risco Brasil e com a melhora da classificação do País feita na última sexta-feira, pela agência Standard & Poor¿s - que teve como base a dinâmica fiscal, a melhora da liquidez internacional e do desempenho da balança comercial - o mercado acredita que não tardará a surgirem, por parte dos analistas internacionais, recomendações de aumento do percentual alocado pelas fundos de países emergentes em papéis do Brasil.
Em agosto, o estoque de recursos investidos no mercado era de US$ 14,7 bilhões. Desse total 87,46% estavam em ações, 9,7% em renda fixa e o restantes em outros como derivativos (2,4%) e debêntures (0,4%), conforme os dados divulgados pela CVM.