Título: Obama deverá pedir pacote de US$ 850 bi ao congresso
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Fonte: Gazeta Mercantil, 19/12/2008, Internacional, p. A12

Washington, 19 de Dezembro de 2008 - Barack Obama deverá pedir ao Congresso dos EUA no ano que vem que aprove um plano de incentivo de aproximadamente US$ 850 bilhões, soma que cresceu na medida em que a economia dos Estados Unidos se afunda mais na recessão, disse um assessor do presidente eleito.

A equipe de transição de Obama acredita que o valor, cerca de 6% da economia dos EUA, de US$ 14 trilhões, é necessário para reverter a alta do desemprego, disse o assessor, que falou sob a condição de não ter seu nome divulgado. A quantia ultrapassará as estimativas iniciais da presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, e do líder da maioria no Senado, o democrata Harry Reid, bem como suplantará o que alguns economistas e o Fundo Monetário Internacional (FMI) dizem ser necessário.

A mais recente proposta está circulando no Congresso, num momento em que os consultores de Obama trabalham com os parlamentares para criar um pacote destinado a melhorar estradas, pontes e outras áreas da combalida infra-estrutura dos EUA. O plano deverá incluir também ajuda governamental a programas de alívio ao desemprego e de assistência médica, além de incentivos como benefícios fiscais, a fim de promover a produção de energia renovável, disseram parlamentares.

O presidente eleito quer criar até 2,5 milhões de postos de trabalho nos próximos dois anos. Com o aumento do desemprego nos EUA, as estimativas do valor necessário para tirar o país da derrocada continuaram a crescer, e alguns economistas defendem um programa de gastos de US$ 1 trilhão.

Entre eles estão Kenneth Rogoff, professor da Universidade de Harvard que foi assessor do candidato republicano à Presidência, John McCain, e Joseph Stiglitz, ganhador do prêmio Nobel que trabalhou na Casa Branca no governo Bill Clinton.

Economistas do UBS calculam que até o momento tenha sido destinado ao ano que vem um pacote mundial de incentivo de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. O FMI defendeu pacotes de pelo menos 2% do PIB para deter a crise econômica que varre o planeta.

Os dirigentes da União Européia (UE) estão formulando pacotes de incentivo que totalizarão juntos cerca de 1,5% da economia de seus 27 países membros, ou aproximadamente ? 200 bilhões (US$ 289 bilhões). A China planeja gastar 4 trilhões de ienes (US$ 585 bilhões) em estímulo.

Obama se reunirá com seus principais assessores da área econômica esta semana, entre os quais seu nomeado para secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Lawrence Summers. Assessores disseram que ele pretende obter um pacote de não menos que US$ 900 bilhões.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 12)(Bloomberg News)