Título: Montadoras confirmam investimentos no Brasil
Autor: Oliveira, Wagner
Fonte: Gazeta Mercantil, 12/01/2009, Brasil, p. A6

Detroit (EUA), 12 de Janeiro de 2009 - Os investimentos das principais montadoras no Brasil estão garantidos. Executivos de várias montadoras ouvidos ontem, durante a abertura do Salão do Automóvel de Detroit, afirmaram que os projetos continuam no País, que já é o quinto maior do mundo - só atrás dos Estados Unidos, China, Japão e Alemanha. Os fabricantes, principalmente os americanos, também têm confiança na recuperação do mercado nacional, tão logo a volatilidade financeira mundial arrefeça.

"Todos os investimentos no Brasil estão mantidos", afirmou ontem Rick Wagoner, presidente mundial da General Motors, que já dirigiu no início dos anos 90 a GM brasileira. "Temos muita confiança no time que está no Brasil e vamos manter nossa estratégia de crescimento lá."

"A operação Chevrolet brasileira só perde em importância para a dos Estados Unidos", disse Maureen Kempston, vice-presidente da LANN, que inclui a América Latina, África e Oriente Médio. "Então não podemos desacelerar no País. Todos os planos estão mantidos, incluindo renovação de produtos e a fábrica de motores em Santa Catarina." Já a operação da GM é a terceira maior após Estados Unidos e China.

"Apesar de o Brasil ter sido atingido pela crise, o governo agiu rápido e fez com que o mercado já tenha conseguido uma recuperação", afirmou Mark Fields, presidente da Ford para as Américas. "Vamos manter nossos investimentos e os planos para o futuro", disse, lembrando que a Ford conseguiu até ampliar sua participação em 2008, atingindo 12% do mercado brasileiro. "Temos que crescer para sermos mais competitivos e lucrativos. Esta é uma orientação global para a Ford``", afirmou.

Presente em Detroit, Rogelio Golfarb, diretor de relações institucionais da Ford no Brasil, afirmou que as tecnologias para energia alternativa ainda estão distantes do Brasil, já que o País tem o etanol, 30% em média mais barato que a gasolina. Golfarb lembrou que os carros híbridos e elétricos que estão sendo apresentados ao consumidor americano são mais caros e o Brasil ainda não estaria pronto para assumir estes custos.

Outra que mantém a disposição de continuar seus investimentos no Brasil é a Chrysler. Eduardo Mayroal del Valle, diretor-geral para a América Latina e Caribe, afirmou que está mantida para este ano a chegada do sedã Trazo, feito no México em parceria com a Nissan.

Ele disse que a empresa vem registrando crescimento consecutivo nos últimos cinco anos no Brasil, sua operação mais importante na América do Sul. O crossover Journey, por exemplo, está vendendo 150 unidades por mês, quando o esperado era 500. Del Valle afirmou que, apesar de pequena, a operação no Brasil é importante por representar uma possibilidade de crescimento para a marca. "Neste instante, ser pequeno pode até ser uma vantagem para nós", acredita. "Mas temos planos de sermos bem maiores no Brasil", afirmou.

O executivo disse que, para crescer, a Crysler vai cada vez mais em busca de parcerias. "A indústria automobilística, nestes novos tempos, tem que se reinventar e buscar novas maneiras de atuação", disse.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6)(Wagner Oliveira - Viajou a convite da Anfavea)