Título: Dólar sobe 1,35% e retoma patamar de R$ 2,30
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Fonte: Gazeta Mercantil, 14/01/2009, Finanças, p. B2

São Paulo, 14 de Janeiro de 2009 - Em meio ao clima de maior aversão ao risco, o dólar comercial emendou o segundo pregão consecutivo de valorização. A moeda estrangeira chegou a avançar a R$ 2,33 na máxima do dia, mas fechou em alta de 1,35%, vendida a R$ 2,327. O dólar também se valorizou frente as demais moedas no mercado internacional, com a queda do preço de algumas commodities.

Segundo analistas, a melhora nas cotações do petróleo, os leilões do Banco Central e a alta ensaiada pelas bolsas de Wall Street contribuíram para limitar a alta do dólar. No mercado de commodities, o preço do combustível voltou a subir com força diante da possibilidade de um terceiro corte da quota de produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Como tem feito quase que diariamente, a autoridade monetária brasileira ofertou dólares no mercado à vista de câmbio, além de injetar US$ 500 milhões por meio de leilão com compromisso de recompra futura em 4 de maio. A taxa de venda foi de R$ 2,327.

De acordo com Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK corretora, os indicadores que ainda estão por vir nos Estados Unidos devem continuar impondo um viés negativo aos mercados. Mas por outro lado, a expectativa com o pacote do presidente Barack Obama deve impedir uma piora muito expressiva nos preços dos ativos.

Pesaram ontem sobre os negócios o balanço negativo da Alcoa e os comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, BC dos EUA), de que as medidas fiscais são insuficientes para recuperar a economia global se não forem acompanhadas por outros estímulos.

Mais um dado ruim de atividade econômica no país reforça as apostas de que o Banco Central deve ser mais agressivo no corte da taxa Selic, atualmente 13,75% ao ano. Como previam os especialistas, a indústria brasileira sentiu os reflexos da crise no final do ano passado. Em novembro a indústria cortou 0,6% do contingente de empregados, o que representa a maior queda desde outubro de 2003 (-0,7%).

Na BM&FBovespa as projeções de juros embutidas nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) tiveram mais um dia de queda. O DI de janeiro de 2010, o mais negociado apontou taxa anual de 11,48%, ante 11,59% do ajuste anterior. Há economistas estimando corte dos juros de 1 ponto percentual, no entanto, a curva de juros futuros revela que as apostas mais firmes se concentram na redução entre 0,50 e 0,75 ponto.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(InvestNews)