Título: Governo e centrais debatem saídas contra demissões
Autor: Monteiro,Viviane
Fonte: Gazeta Mercantil, 19/01/2009, Brasil, p. A5
São Paulo, 19 de Janeiro de 2009 - Os temas das demissões e da taxa de juros devem dominar a cena na próxima semana. Logo nesta segunda-feira, governo e representantes de centrais sindicais discutem saídas para evitar novos cortes no emprego em um cenário de crise financeira mundial.
O encontro com o presidente Luiz Inácio Lula e ministros no Palácio do Planalto acontece depois de um impasse nas negociações entre sindicalistas e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) na semana passada.
Os empresários sugerem reduzir a jornada de trabalho e os salários sem oferecer garantias de emprego. A Força Sindical, que já havia concordado com a proposta, recuou após reunião com outras entidades onde decidiu-se levar ao governo sugestões para aquecer a demanda, como redução de impostos.
Sem participar das conversações, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) afirmou que irá ao encontro com o presidente Lula. Hoje, o Ministério do Trabalho divulga o que deve ser o recorde em demissões para um mês de dezembro pelo levantamento do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
O resultado já vinha circulando e foi confirmado pelo próprio presidente Lula: 600 mil demissões, enquanto a série histórica indica entre 300 mil e 400 mil para dezembro.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já havia apontado que, em novembro, o emprego recuou na indústria no pior nível em cinco anos.
Neste cenário, cresce a pressão sobre o Banco Central, que na quarta-feira divulga a nova taxa básica de juros. No mercado e entre economistas a previsão é de um corte de 0,50 ou mesmo de 0,75 ponto percentual sobre a taxa atual de 13,75% ao ano.
Empresários e trabalhadores estão juntos na demanda pela redução da taxa e sindicalistas prometem manifestações em frente a escritórios do BC nas capitais quarta-feira. A redução dos juros pela maioria dos BCs pelo mundo tem sido argumento para o corte.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Reuters)