Título: BC troca instituições usadas como base para cálculo da TR
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Fonte: Gazeta Mercantil, 19/01/2009, Finanças, p. B1
Brasília, 19 de Janeiro de 2009 - As recentes movimentações de aquisições e fusões no mercado bancário brasileiro obrigaram o Banco Central a mudar a lista das 30 maiores instituições financeiras que compõem a amostra utilizada no cálculo da Taxa Básica Financeira (TBF) e da Taxa Referencial (TR). A nova lista terá validade entre os dias 1 de fevereiro e 31 de julho. Com a decisão, ficaram de fora o banco ABN Amro Real, ING Bank, Banco do Estado de Santa Catarina, Banco Société Générale Brasil, Banco Cacique e Banco Pecúnia. O ABN Amro foi adquirido pelo Santander em outubro, e chegou a ameaçar o Itaú, mas isso antes da fusão com o Unibanco. Já o Besc foi incorporado pelo Banco do Brasil em dezembro de 2008.
A lista que passa a valer para o cálculo da TR e da TBF estabelece, com determinação de ordem, as seguintes instituições: Santander, Banco do Brasil, Nossa Caixa, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Safra, HSBC Bank Brasil, Unibanco, Citibank, Banco da Amazônia, Banco do Estado do Rio Grande do Sul, Banco Itaú Holding Financeira, Banco Rural, Banco Mercantil do Brasil, Banco do Estado de Sergipe, Banco KEB do Brasil, Banco do Nordeste do Brasil, Banco de Brasília, Banco Industrial e Comercial, Banco Schahin, Banco de Tokyo - Mitsubishi UFJ Brasil, Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro, Banco do Estado do Piauí, Banco Ficsa, Banco BVA, Banco Cruzeiro do Sul, Banco BMG, Banco Volvo Brasil, Banif - Banco Internacional do Funchal e Banco A.J.Renner. A decisão foi divulgada no final da tarde a sexta-feira, em lista presente na circular 3.341, da Diretoria de Política Monetária (Dipom).
A decisão de considerar os 30 maiores bancos no cálculo da TR e da TBF foi tomada em 2006, por meio da circular 3.354, assinada pelo próprio presidente do Banco Central. A regra estabelece que a lista dos maiores bancos deve ser formulada em função do volume de captação efetuado por meio de certificados e recibos de depósito bancário (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econômicas.
Câmbio
O BC alterou também na sexta-feira o Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais (RMCCI), por meio da publicação da circular 3.430, da Diretoria de Assuntos Internacionais (Direx). O BC quer implantar com a mudança, por exemplo, um mecanismo que permita a remessa de reais do exterior diretamente ao Brasil, sem a necessidade de trânsito em moeda estrangeira. Movimentações de até R$ 10 mil não terão mais de ser registradas diariamente no sistema eletrônico de informações do Banco Central, o Sisbacen. Para valores acima de R$ 10 mil, o registro deve ser feito pelos bancos no mesmo dia. As alterações atingem o texto do RMCCI, estabelecido por meio de norma de 2005.
Na sexta-feira, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, negou rumores de que estaria deixando o governo. Segundo Meirelles, sua saída seria "um absurdo", considerando que "a necessidade de foco e concentração total do Banco Central são fundamentais para o País." Meirelles não descartou a hipótese de concorrer ao governo de Goiás, mas disse que isso é assunto para ser resolvido em 2010. A declaração foi dada a partir de Miami, onde o presidente do BC encerrou rodada de reuniões internacionais.
Hoje , Meirelles comanda uma cerimônia comemorativa dos dez anos do funcionamento do câmbio flutuante no Brasil. Na verdade, o câmbio flutuante começou a funcionar no dia 18 de janeiro de 1999, ou seja, completou dez anos ontem.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(Ayr Aliski)