Título: BNDES libera R$ 1, 3 bilhão para LLX construir Porto do Açu
Autor: Americano,Ana Cecília
Fonte: Gazeta Mercantil, 28/01/2009, Transporte, p. C2

Rio de Janeiro, 28 de Janeiro de 2009 - A LLX Minas-Rio divulgou ontem que assinou o contrato definitivo de R$ 1, 3 2 1 bilhão com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( 3" > BNDES) para a construção do porto do Açu, em São João da Barra, no Norte do estado do Rio de Janeiro. Segundo a diretora financeira da LLX Logística SA, Eliane Lustosa, empresa que detém 5 1% da LLX Minas-Rio, o contrato equaciona toda a necessidade de funding do projeto, cuja contrapartida da empresa será de 27% frente ao financiamento de 7 3% por parte do Banco. No total, o projeto compreende investimentos de R$ 1, 8 1 bilhão.

O projeto prevê uma ponte de mais larga que a ponte Rio-Niterói, com largura de 2,5 quilômetros, e extensão de 26,5 quilômetros. A estrutura entra mar a dentro. Ao seu final estará o porto propriamente dito. O formato é comum em portos que escoam minérios, pois permite um impacto ambiental menor sobre o litoral e exige uma dragagem do fundo do mar bem menor, de forma a comportar navios de grande calado. O porto do Açu terá capacidade para escoar 26 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano, o qual chegará ao local por meio de um minerioduto de 525 quilômetros, ligando a mina da Anglo American, em Minas Gerais, ao litoral do estado do Rio de Janeiro. Um segundo minerioduto deverá ser iniciado para se ligar ao porto a partir de 2 0 12 .

"Não podemos pensar conjunturalmente nesse tipo de empreendimento", explicou a executiva. Segundo ela, a queda dos preços do minério de ferro em decorrência do desaquecimento da economia mundial não pode definir o futuro de um projeto de longo prazo. A operação do porto-onde o minério será filtrado e embarcado - está previsto para 2 0 11 . O empreendimento tem uma rentabilidade de 15 % ao ano de taxa de retorno em dólar, o que significará um retorno em 30 anos.

Eliane detalhou a operação: o financiamento tem carência de 2,5 anos, será pago em 12 anos a uma taxa média de TLJP mais 2,5% ano. A modalidade de financiamento adotada é o de project finance. Metade do financiamento será feita diretamente pelo 3" > BNDES e a outra parte será repassada aos bancos Itáu e Unibanco, como parte da estratégia do 3" > BNDES de dividir seus riscos. O projeto já estava em discussão com o banco há muitos meses e sua aprovação formal pela diretoria do 3" > BNDES deu-se em outubro.

Com a assinatura do contrato definitivo, a diretora financeira credita o papel do 3" > BNDES para viabilizar o projeto como sendo fundamental. "Especialmente em um momento como o atual, no qual há muitas dúvidas quanto à continuidade de investimentos vultosos", acrescentou. Segundo ela, se os investidores fossem esperar o término da crise internacional para realizar o empreendimento, ele se atrasaria muito. "Neste momento de crise, precisamos antecipar os investimentos".

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 2)(Ana Cecília Americano)