Título: Presidentes pregam maior integração na AL
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 30/01/2009, Brasil, p. A7

Belém, 30 de Janeiro de 2009 - Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Hugo Chavez (Venezuela), Rafael Correa (Equador), Evo Morales (Bolívia) e Fernando Lugo (Paraguai) se reuniram ontem à noite em Belém, a portas fechadas. Na chegada para o encontro, o presidente da Venezuela disse que não havia uma agenda definida, mas que não seria possível fugir do assunto crise. Segundo Chavez, a Venezuela não será tão afetada pelo problema porque é um país socialista.

"O mundo todo está sofrendo, 50 milhões de empregos irão se perder em todo mundo, segundo as cifras mais conservadoras. Mas não tanto na Venezuela, porque faz pouco tempo que a Venezuela se desenganchou do capitalismo internacional dirigido pelos Estados Unidos. Mas somos um país dessa comunidade e também somos afetados. Precisamos fortalecer medidas comuns, conjuntas, para navegar com êxito a tormenta econômica que está em todo o mundo hoje", afirmou o presidente da Venezuela.

Mais cedo, o presidente Rafael Correa disse que sem integração os países da América Latina não serão capazes de enfrentrar a crise. "É muito inte-ressante que todas essas propostas sobre um novo sistema estejam sendo discutidas no Fórum. Um sistema perverso, baseado na cobiça, que está em crise. E o Fórum faz parte dessa solução", disse Correa.

"Mas a solução passa pela integração dos povos de economia emergente, nesse caso, a região da América Latina. Se não houver integração com um comércio real, um grande mercado, será muito difícil enfrentar uma globalização neoliberal que está em crise."

O presidente do Paraguai reafirmou que o governo brasileiro precisa rever o tratado de Itaipu. "Não acreditamos que um tratado leonino, firmado no tempo de ditaduras, possa seguir em vigência", disse Fernando Lugo.

Ele pediu que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, não diga não a "uma reivindicação de preços mais justa para o povo paraguaio", além de livre disponibilidade de energia para o país.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 7)(Agência Brasil)