Título: Seguro- desemprego tem novo recorde
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Fonte: Gazeta Mercantil, 30/01/2009, Internacional, p. A10
Washington, 30 de Janeiro de 2009 - O número de norte-americanos que recebem seguro- desemprego disparou para um recorde, num momento em que as empresas fecham postos de trabalho para baixar os custos, em meio ao aprofundamento da recessão. Os pedidos de renovação do benefício subiram para 4,776 milhões na semana encerrada a 17 de janeiro, o mais elevado desde o início da série histórica, em 1967, disse ontem o Departamento do Trabalho em Washington. Os requerimentos iniciais de seguro- desemprego aumentaram em 3 mil, para 588 mil solicitações, na semana encerrada a 24 de janeiro.
A extinção de milhares de postos de trabalho anunciada no início da semana pela Caterpillar, Target e outras empresas sugere que o desemprego poderá subir ainda mais. Para as autoridades de política econômica do Federal Reserve o nível de emprego está entre os indicadores que caíram "significativamente".
"O mercado de trabalho está bem ruim"'', disse William Cheney, economista-chefe do John Hancock Financial Services de Boston. Outro relatório do governo norte-americano mostrou que os pedidos por bens duráveis nos EUA caíram em dezembro pelo quinto mês consecutivo, sinalizando que a retração dos gastos corporativos deverá se aprofundar e prorrogar a recessão, que atualmente completa 13 meses. A queda de 2,6% nos pedidos por bens duráveis ultrapassou as expectativas e se seguiu à diminuição de 3,7% observada no mês anterior, também superior às projeções, disse o Departamento do Comércio em Washington.
Além disso, as vendas de imóveis residenciais novos caíram em dezembro para o seu menor nível da série histórica, criando uma superoferta sem precedentes de imóveis não-comercializados que lança dúvida sobre qualquer possível recuperação do setor este ano.
As compras caíram para um ritmo anualizado de 331 mil, inferior a todos os 70 prognósticos colhidos em sondagem da Bloomberg News, mostraram dados do Departamento do Comércio divulgados em Washington.
O colapso da demanda por casas novas significa que as empreiteiras ainda estão construindo um número excedente de moradias, e sinaliza nova pressão sobre os preços. A intensificação da crise vai dificultar para o presidente Barack Obama a tarefa de deter a queda do setor com os pretendidos benefícios fiscais e as medidas para desacelerar as execuções de hipoteca, ou arresto do imóvel não-quitado pela instituição financeira.
"As construtoras estão reduzindo a produção, mas é difícil para elas acompanhar uma queda tão rápida de vendas"'', disse Nigel Gault, economista da IHS Global Insight, de Masachusetts, cujos técnicos formularam a estimativa de 345 mil, a menor dentre todos os economistas consultados. "Casas novas estão mais baratas, mas, sem crédito, não se pode comprar."
Apenas 23 mil americanos compraram casas novas no mês passado, em dados que não corrigem os efeitos sazonais.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 10)(Bloomberg News)