Título: Governo terá recursos para rolagem da dívida
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Fonte: Gazeta Mercantil, 06/02/2009, Brasil, p. A6

Brasília, 6 de Fevereiro de 2009 - O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, fez ontem um balanço positivo da situação fiscal do Brasil em 2008 e disse esperar para este ano uma situação de tranquilidade na rolagem da dívida pública federal diante da boa situação de caixa do Tesouro Nacional.

Segundo o secretário, apesar da instabilidade do mercado financeiro e das dificuldades provocadas pela crise financeira internacional, o governo fechou o ano com superávit primário de 4,52 % (não leva em consideração o cálculo com os juros) e pôde fazer uma poupança de 0,5% para constituição do Fundo Soberano do Brasil. Esse fundo será usado para aquecer a economia em momentos de crise.

Augustin ressaltou também que o superávit primário de 2008 foi o melhor da série, que começou em 1997. De acordo com o secretário, o resultado do déficit nominal, que caiu de 4,65% para 1,53% do Produto Interno Bruto (PIB), também foi destaque.

O secretário apontou ainda entre os bons resultados a redução da dívida líquida do setor público que, em relação ao PIB, caiu entre 2002 e 2008 de aproximadamente 50% para 36%. "Ressalto que esse excelente resultado foi conseguido em um ano de grande volatilidade e grande turbulência internacional, o que mostra a nossa solidez", disse.

Como parte do Plano Anual de Financiamento da dívida pública federal em 2009, o Tesouro Nacional espera que o resultado fique entre R$ 1,45 trilhão e R$ 1,6 trilhão. O limite máximo será de 31% em títulos prefixados, 30% corrigidos pela inflação, 38% pela taxa básica de juros, 11% em moeda estrangeira e 2% por outros índices de correção. O prazo médio dos papéis será de no máximo 3,7 anos e o percentual de papéis com vencimento em 12 meses, de até 29%.

"Ou seja, é uma gestão que já alcançou objetivos importantes em termos de perfil da dívida, com um nível de caixa bastante forte, permitindo que tenhamos uma postura tranquila, para irmos, ao longo do ano, adequando nossos resultados às próprias condições de mercado", afirmou o secretário, que participou ontem de conferência telefônica com investidores estrangeiros transmitida a partir de Brasília.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6)(Agência Brasil)