Título: DEM acusa governo de reforçar o PAC para beneficiar Dilma
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Fonte: Gazeta Mercantil, 06/02/2009, Brasil, p. A8
Brasília, 6 de Fevereiro de 2009 - O DEM acusou ontem o governo de reforçar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para impulsionar a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República.
Principal responsável pela gestão do PAC, a ministra é apontada como a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para disputar a sucessão presidencial de 2010 pelo PT.
Na quarta-feira, o governo anunciou uma ampliação de R$ 142,1 bilhões no PAC até 2010 e de R$ 313 bilhões para além do ano que vem. No total, o programa, que foi lançado em 2007 com R$ 503,9 bilhões em investimentos públicos e privados, chegará a R$ 1,148 trilhão, pois os projetos para além de 2010 já contavam com outros R$ 189,2 bilhões, segundo informações oficiais prestadas anteontem.
O reforço foi feito, por exemplo, com investimentos da Petrobras para a exploração de petróleo na camada pré-sal, que deve render uma receita considerável para o caixa da estatal nos próximos anos.
"O PAC é uma peça de ficção, é antecipar a campanha e usar a crise para antecipar 2010", afirmou a jornalistas o líder do DEM na Câmara, deputado federal Ronaldo Caiado (GO).
Com uma pesquisa feita no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) em mãos, o parlamentar do DEM argumentou que o governo não terá como realizar os investimentos anunciados em um momento de crise financeira global, pois nos últimos dois anos só conseguiu pagar R$ 18,7 bilhões dos R$ 33 bilhões prometidos nessas obras. "Falar que dá para fazer isso é um engodo", comentou o deputado da oposição.
O governo, no entanto, alega que não realizou todos os investimentos devido ao ritmo das obras, que são projetos de longo prazo. Diz também que o PAC não é uma peça de marketing, mas um projeto para o país.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 8)(Reuters)