Título: Instituições unem-se para lutar contra o protecionismo
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 06/02/2009, Internacional, p. A12
Madri, 6 de Fevereiro de 2009 - As cinco principais organizações financeiras internacionais - Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial (Bird), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) , e Organização Mundial do Comércio (OMC) - fizeram ontem um alerta contra o protecionismo como receita para superar a crise, e apoiaram a proposta alemã de criar uma "carta da economia sustentável" e um governo econômico mundial sob os parâmetros da Organização das Nações Unidas (ONU).
A chanceler Angela Merkel disse que o objetivo é criar uma nova estrutura financeira baseada na cooperação entre os governos nacionais, os citados organismos internacionais e outros grupos interessados.
Ampla rede
Trata-se de criar uma ampla rede de comunicação, acrescentou Merkel, depois da reunião que manteve em Berlim com o secretário geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Miguel Ángel Gurría, o diretor geral da OIT, Juan Somavia, o diretor geral da OMC, Pascal Lamy, o diretor gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, e o diretor do Banco Mundial, Robert Zoellick. Todos participarão da reunião do G-20 em Londres em abril.
Merkel e Lamy consideraram um "bom sinal" que o novo governo norte-americano , após as pressões internacionais, tenha eliminado de seu programa anti-crise a cláusula "Buy America" (compre produtos americanos).
Economias entrelaçadas
"As economias do mundo vivem tão entrelaçadas que a restrição às importações não só não gera empregos como também não os garante", acrescentou Lamy.
Somavia enfatizou que se a crise econômica mundial foi consequência da financeira, no momento somos afetados por uma grave crise de empregos, mas talvez em 2010 tenhamos também uma crise humanitária.
Strauss-Kahn sustentou a tese de que a recuperação pode acontecer no início de 2010, porém apenas se forem postos em prática os programas estatais de estímulo, se o crédito bancário começar a fluir, e se forem mobilizados recursos internacionais para ajudar os países com sérios problemas financeiros como os do leste europeu.
Sem retrocesso
Os participantes concordaram que a crise não deve conduzir a um retrocesso na ajuda aos países em desenvolvimento , pois "no longo prazo não pode haver crescimento econômico sem esses países ." O encontro em Berlim serviu também para preparar a próxima reunião do G-20 em Londres, quando se falará sobre instrumentos para melhorar a transparência dos mercados financeiros, uma das principais preocupações de Merkel durante a presidência alemã no G-8 em 2007.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 12)(Expansión e agências)