Título: Governo precisa adotar ações coordenadas contra a crise
Autor: Saito,Ana Carolina
Fonte: Gazeta Mercantil, 10/02/2009, Brasil, p. A9

10 de Fevereiro de 2009 - O presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), Marcio Pochmann, avalia que há, finalmente, no Brasil, há uma "convergência de ações" para enfrentar os efeitos da crise financeira global na economia brasileira. Para o economista, diferentemente do que aconteceu em outros períodos de turbulência internacional, as medidas adotadas pelo Banco Central (BC), ao reduzir a taxa básica de juros, e pelo Ministério da Fazenda caminham no mesmo sentido. "Depois de muito tempo, há uma convergência de ações. Agora, há um sentimento de que é necessário defender a produção e o emprego."

Para Pochmann, entretanto, a atual crise internacional abre oportunidades para mudanças "mais drásticas", como, por exemplo, uma forte redução da Selic. "Seria completamente plausível que o Banco Central tivesse uma reunião extraordinária para fazer um corte na taxa de juros", propôs. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu reduzir em um ponto percentual a Selic, para 12,75% ao ano, em janeiro. A próxima reunião para decidir os rumos da política monetária está marcada para março. "O cenário a partir do qual o BC tomou a decisão se alterou de forma significativa no final do ano passado, pelos dados eram conhecidos na época", disse.

Ele também defendeu a "desburocratização" para agilizar as medidas contra crise, em uma ação coordenada envolvendo, não apenas o Executivo, mas também o Legislativo e Judiciário. A crise precisa de injeção na veia, mas como fazer isso com o marco regulatório que temos hoje?"

A.C.S.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 9)(A.C.S.)