Título: BNDES dá crédito e INSS amplia prazo para dívidas
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Fonte: Gazeta Mercantil, 10/02/2009, Brasil, p. A11
Brasília, 10 de Fevereiro de 2009 - O governo anunciou ontem, um dia antes do encontro de prefeitos de todo país com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o repasse de R$ 980 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para os municípios poderem financiar a compra de máquinas, equipamentos, caminhões e tratores. O governo também dará um prazo de 240 meses para que os prefeitos possam repactuar as dívidas de seus municípios com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
As medidas foram anunciadas ontem pelo ministro das Relações Institucionais, José Múcio, como parte de uma série de ações com o objetivo de ajudar as prefeituras e, dessa forma, dinamizar as vendas da indústria de bens de capital, que enfrenta dificuldades desde setembro de 2008, quando os efeitos da crise econômica mundial começaram a ser sentidos no Brasil com mais ênfase.
A ampliação do limite de crédito faz parte do programa Pro-Vias que, no ano passado, teve um aporte de R$ 500 milhões do BNDES, financiados pela Taxa de Juros a Longo Prazo (TJLP). O crédito foi autorizado pelo Conselho Monetário Nacional, de acordo com o sub-chefe de Assuntos Federativos da Presidência da República, Guilherme Padilha.
Além da linha de crédito, o governo anunciou a edição de duas medidas provisórias para atender a pleitos dos prefeitos. Uma dessas medidas autoriza o refinanciamento das dívidas dos municípios com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em até 240 meses, ou seja, até 20 anos. A dívida dos municípios com a Previdência chega hoje a R$ 14 bilhões.
"O pensamento do governo foi não punir o novo tempo. Que os prefeitos sejam a ponta do governo nos municípios. A idéia é trazer todos para o rol de benefícios", disse Múcio. Segundo ele, se o governo não tomar esse tipo de medida, os municípios acabam engessados.
A outra MP vai autorizar a regularização fundiária de áreas urbanas da Amazônia Legal. Uma das principais reclamações levadas ao governo pelos prefeitos é a dificuldade de autorização para construção de escolas, hospitais e outros projetos nos municípios pertencentes à Amazônia. Todos os prefeitos da Amazônia Legal fizeram esse pedido. "Eles têm dificuldade de conseguir licença para construir escolas, hospitais", disse o ministro.
Múcio disse ainda que o governo gastou R$ 243 mil com a organização do evento e que não há intenção em inviabilizar a marcha dos prefeitos, programada para março deste ano. "Queremos os prefeitos como parceiros. Alguns poderiam me perguntar se o governo tem a intenção de inviabilizar a marcha dos prefeitos. Não é isso. Quando eles vierem em março já terão outro tipo de dúvida."
Além das medidas, de acordo com José Múcio, o governo vai encaminhar um projeto de lei com o objetivo de estabelecer regras de transição para os mandatos. A proposta pretende tornar obrigatória a criação de um grupo de transição e ainda obriga o antecessor a publicar um relatório de ações, além de um conjunto informações financeiras e orçamentárias de sua gestão.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 11)(Agência Brasil)