Título: GDF-Suez quer investir em energia nuclear
Autor: Scrivano,Roberta
Fonte: Gazeta Mercantil, 05/02/2009, Brasil, p. A4
Brasília, 5 de Fevereiro de 2009 - O presidente mundial do grupo franco-belga GDF-Suez, Gerard Mestrallet, disse ontem que a companhia tem interesse em investir em energia nuclear no Brasil caso o governo brasileiro resolva quebrar o monopólio estatal. "Se o governo brasileiro decidir (abrir o mercado para a iniciativa privada) nós estaremos muito interessados em ajudar", afirmou.
Segundo o executivo, em 2004 o grupo franco-belga decidiu ampliar a sua participação na geração por meio da fonte nuclear. "Hoje nós temos participação em centrais nucleares na Bélgica, Romênia e França", comentou. "Agora estamos construindo uma nova usina, em parceria com a Iberdrola, no Reino Unido".
Questionado sobre se a crise financeira mundial pode ser um empecilho para o desenvolvimento da GDF-Suez no setor, Mestrallet foi enfático: "Não". O executivo explicou que, após a quebra do banco Lehman Brothers, em setembro do ano passado, fato que desencadeou o agravamento da turbulência econômica, a cúpula da companhia se reuniu para discutir as estratégias de investimento.
"O plano foi mantido. Investiremos nos próximo três anos ¿ 30 bilhões no mundo", calculou. Mestrallet disse ainda que, com a entrada de novos projetos na carteira, esse montante poderá aumentar. "Queremos ampliar a nossa participação no Brasil", disse o presidente.
Inauguração de usina
Hoje, o grupo GDF-Suez inaugura, no rio Tocantins, a usina hidrelétrica de São Salvador. O evento deve ter a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A nova central, com 250 megawatts de potência, vai produzir eletricidade suficiente para abastecer cerca de um milhão de habitantes. O empreendimento foi construído em tempo recorde de 32 meses e teve investimentos de ¿ 307 milhões, sendo 10% do valor destinado a projetos sociais e ambientais.
"Somos o maior grupo privado em geração de energia no Brasil", afirmou Mestrallet.
A GDF-Suez também está tocando outros dois projetos hidrelétricos no Brasil: Jirau, no rio Madeira, e Estreito, no rio Tocantins. "Levando em conta o tamanho do mercado e o crescimento da demanda por eletricidade, o Brasil está no centro do desenvolvimento estratégico de nosso grupo na América Latina", disse.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 4)(Roberta Scrivano)