Título: Fed e BC ampliam acordo de swap
Autor: Aliski,Ayr
Fonte: Gazeta Mercantil, 04/02/2009, Finanças, p. B2

Brasília, 4 de Fevereiro de 2009 - O Banco Central do Brasil e o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, ampliaram o prazo de validade de um acordo que permite engordar as reservas internacionais brasileiras com até US$ 30 bilhões com dinheiro norte-americano. Originalmente, esse acordo valeria até 30 de abril deste ano. Ontem, o BC brasileiro anunciou que o prazo foi ampliado para 30 de outubro. A primeira versão da parceria entre o BC e o Fed havia sido anunciada em 28 de outubro do ano passado, logo depois do recrudescimento da crise financeira internacional.

Com o acordo, o BC brasileiro ganha direito a ter uma injeção de dólares diretamente do Fed, reforçando as reservas internacionais. O total das reservas em 2 de fevereiro atingiu a marca de US$ 200,7 bilhões. Até agora, entretanto, o Brasil não recorreu ao mecanismo. Mas a divulgação da notícia de que há mais dólares nas mãos do governo serve, mesmo que momentaneamente, para conter a evolução do câmbio, como foi verificado no lançamento do acordo, em outubro do ano passado.

No dia 28 de outubro, quando foi anunciada a primeira parte do acordo, a cotação do dólar foi de R$ 2,17, caindo para R$ 2,13 no dia seguinte. Desta vez, o dólar encerrou a segunda-feira a R$ 2,34, e caiu ontem para R$ 2,32. No entanto, o anúncio da extensão do acordo não foi suficiente para conter a alta do câmbio. Foi necessário também um leilão no qual o BC vendeu US$ 1 milhão.

"A extensão do swap de moeda recíproca com o Federal Reserve, no montante de US$ 30 bilhões, demonstra confiança nos fundamentos da economia brasileira, ao mesmo tempo em que amplia a capacidade do Banco Central de prover liquidez no mercado cambial. A medida reforça a posição do Brasil entre os países com políticas econômicas saudáveis e importância sistêmica, segundo os critérios do Fed" , disse o presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, sobre a decisão anunciada ontem.

Conforme o BC, a linha não implica condicionalidades de política econômica e será utilizada para incrementar os fundos disponíveis para as operações de provisão de liquidez em dólares pelo BC. O BC indica que o swap de moedas é uma das estratégias adotadas para combater "os efeitos da turbulência financeira internacional sobre a economia brasileira" e "evidencia a importância da estreita cooperação entre autoridades monetárias na atual conjuntura internacional", conforme nota oficial distribuída no início da tarde de ontem.

O Fed, além de ampliar o prazo da possibilidade de repasses ao Brasil, fechou acordos de swaps recíprocos com Banco da Reserva da Austrália, Banco do Canadá, a Autoridade Monetária de Cingapura, Banco da Coréia, Banco Nacional da Dinamarca, Banco Central Europeu, Banco da Inglaterra, Banco do México, Banco da Noruega, Banco da Reserva da Nova Zelândia, Banco Real da Suécia e Banco Nacional Suíço.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Ayr Aliski)