Título: Financiamento soma R$ 30 bi; total de unidades sobe 53%
Autor: Feltrin,Luciano
Fonte: Gazeta Mercantil, 04/02/2009, Finanças, p. B3
São Paulo, 4 de Fevereiro de 2009 - A crise internacional ainda não teve reflexos fortes sobre os financiamentos imobiliários com recursos de poupança no País. O volume total emprestado no ano passado somou R$ 30 bilhões, valor mais de 64% superior ao do ano de 2007. Os dados foram divulgados ontem pela Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
O principal destaque do período ficou com o número de unidades financiadas. Foram 299 mil, volume 53% superior às 195 mil unidades financiadas em 2007. É um recorde para o sistema desde que os dados começaram a ser apurados, a partir de 1968.
De acordo com o presidente da Abecip, Luiz Antonio França, a entidade não trabalha com mudanças relevantes para esse cenário. "O importante para o segmento é que continue havendo demanda para novos empreendimentos. O mês de janeiro já deve demonstrar alguns reflexos do movimento de maior precaução. A velocidade de vendas de unidades de quatro dormitórios é a mais atingida", afirma.
No entanto, na avaliação do executivo, o mês de janeiro ainda terá bons índices de contratação. No primeiro mês de ano passado, esse valor somou R$ 1,6 bilhão, mais que o dobro de igual período do ano anterior. "Ainda não temos os números fechados, mas o que notamos é que, na média dos últimos três meses, os bancos continuaram ativos", diz França.
Os melhores resultados ao longo de 2008 foram obtidos nos meses de junho a agosto. No período, o volume de operações contratadas para financiar imóveis registrou uma média de R$ 3 bilhões em cada mês. É maior, por exemplo, do que todo o valor contratado em 2004.
Inadimplência sob controle
O presidente da Abecip disse, também, que os dados mais recentes sobre inadimplência ainda não apontam movimentos muito bruscos. Apenas 1,2% das parcelas de contratos com garantias de alienação fiduciária estão em atraso de três meses.
Entre 2007 e 2008, o volume financiado para compra de imóveis com recursos da poupança cresceu de 30% para 39%.
Já as captações de recursos de cadernetas de poupança somaram R$ 13,8 bilhões, uma alta de 7,3% ao longo do ano.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Luciano Feltrin)