Título: China deve comprar cobre no exterior para elevar reserva
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 20/01/2009, Indústra, p. C2

Xangai, 20 de Janeiro de 2009 - A China, a maior consumidora mundial de cobre, vai comprar o metal no exterior para aumentar as reservas governamentais, disse um executivo da Jiangxi Copper Co., a segunda maior fundição do país.

"A China vai comprar cobre para suas reservas", disse Wang Chiwei, diretor-executivo e vice-presidente da empresa, em conferência realizada ontem em Xangai. As aquisições vão "atender aos interesses nacionais". "A questão é quando e como elas serão efetuadas", disse.

O cobre teve uma queda de mais da metade de seu valor a partir do preço recorde de US$ 8.940 a tonelada alcançado em julho do ano passado, uma vez que a disseminação da recessão mundial reduziu a demanda por matérias-primas.

O Departamento de Reservas Governamentais chinês está comprando zinco e alumínio das fundições do país para sustentar o setor, num momento em que tudo indica que a economia chinesa cresce a seu ritmo mais lento dos últimos sete anos.

"A China deveria comprar a esse preço? A pergunta pode se traduzir em outra interrogação - os preços continuarão caindo?"'', disse Sabrina Xie, analista da Guotai Junan Securities Co, que fica em Shenzhen. "As cotações do cobre estão mais sólidas que as de outros metais, mas, se a demanda se deteriorar, elas poderão cair", disse ela.

Os preços estão "atraentes", afirmou Wang. O departamento adotará um procedimento "flexível" e as aquisições não serão feitas todas de uma só vez, disse.

A China "pouco provavelmente" comprará cobre das fundições locais, explicou Wang. O país descartou um plano que previa a compra do metal para sustentar os produtores porque eles estavam se mostrando lucrativos e os estoques não estavam altos, disseram este mês o governo e altos funcionários das empresas.

Os preços do cobre deverão alcançar, em média, de US$ 4 mil a US$ 4,4 mil a tonelada em 2009, em relação à cotação aproximada de US$ 6,5 mil praticada em 2008, disse Wang. As compras governamentais por parte da China não afetarão os preços mundiais, disse o executivo.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 2)(Bloomberg News)