Título: Ibovespa aponta baixa de 2,12%
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Fonte: Gazeta Mercantil, 11/02/2009, Finaanças, p. B3
São Paulo, 11 de Fevereiro de 2009 - Os detalhes do plano de ajuda ao setor financeiro norte-americano, divulgados ontem pelo secretário do Tesouro, Timothy Geithner, não agradaram os investidores. Nem nos Estados Unidos nem no Brasil. A aprovação pelo Senado do pacote de resgate econômico do presidente Barack Obama também não foi suficiente para animar os mercados. O Ibovespa, principal índice acionário da BM&FBovespa, encerrou o dia em queda de 2,12%, aos 41.207 pontos. O giro financeiro somou R$ 5,49 bilhões.
"A queda do Ibovespa só não foi maior porque os papéis da Petrobras recuaram pouco", afirma Luiz Roberto Monteiro, analista de investimentos da corretora Souza Barros. Apesar das ações seguirem a cotação do petróleo pela manhã, os investidores se animaram com a notícia de que a Mitsubishi Corporation fará uma parceria com a estatal petrolífera para a construção de uma plataforma marítima de perfuração para buscar petróleo e gás natural. Mesmo assim, as ações da Petrobras fecharam em baixa: -0,68 (ON) e -1,24 (PN).
As maiores altas com Cesp, que registrou variação de 6,37%, Vivo, que subiu 4,46%, e Eletrobras (2,12%). Gerdau (-5,63%), Cosan (5,63%) e BM&F Bovespa (5%) ficaram entre os papéis que mais cairam no dia.
A notícia da liberação de até US$ 1,5 trilhão para o setor financeiro norte-americano, divulgada pelo secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, não animou o desempenho das ações dos bancos brasileiros. Itaú (-3,88%) e Unibanco (-3,65%) lideraram as perdas, enquanto Bradesco e Banco do Brasil recuaram 2,64% e 1,11%, respectivamente.
Avaliado em US$ 1,5 trilhão, o plano de estabilização financeira dos EUA disponibilizará ao setor financeiro US$ 500 bilhões por meio de uma parceria público-privada e US$ 1 trilhão oriundos da ampliação de uma linha de crédito do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), a Term Asset-Backed Securities Loan Facility (TALF). "O desânimo veio quando os investidores se deram conta de que o pacote não contemplava a criação do ""Bad Bank"", que administraria os ativos podres dos bancos afetados pela crise", disse Monteiro. Quanto ao outro plano, de resgate econômico norte-americano, o Senado aprovou a proposta com valor de cerca de US$ 838 bilhões.
Notícias corporativas também pesaram sobre os negócios. A General Motors comunicou que vai demitir 10 mil funcionários do setor administrativo ainda este ano. O anúncio faz parte do plano de reestruturação para convencer o governo norte-americano de que é viável no longo prazo, em troca da liberação de bilhões de dólares de ajuda pública.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Vanessa Correia/InvestNews)