Título: Consumo de alumínio deverá ter redução de 6% neste ano
Autor: Collet,Luciana
Fonte: Gazeta Mercantil, 11/02/2009, Indústria, p. C4

São Paulo, 11 de Fevereiro de 2009 - Em 2008, o consumo brasileiro de alumínio cresceu 10%, atingindo o volume recorde de 1,01 milhão de toneladas, mas o volume não deve se repetir neste ano. De acordo com uma sondagem feita pela Associação Brasileira do Alumínio (Abal), a demanda brasileira pelo metal deve apresentar uma redução de 6%. "O setor de transportes é o que está sendo mais impactado pela crise e deverá ter uma queda de 20% no consumo de alumínio", disse o presidente da entidade, Luis Carlos Loureiro.

O setor responde por 26% do mercado brasileiro de alumínio e é composto pela indústria automotiva, fabricantes de motos e ônibus, e autopeças. "É uma cadeia longa, que vinha crescendo fortemente e, por isso, tinha um estoque significativo. Quando houve o corte na expectativa, eles precisaram ajustar os estoques e a demanda caiu", explicou.

Entre os demais setores consumidores de alumínio, outro segmento que deve apresentar retração é o de bens de consumo, o que inclui eletrodomésticos, como também utensílios domésticos. Como a aquisição de produtos deste setor industrial depende de crédito e disposição de consumo, a Abal estima uma queda de entre 4% e 5%, no ano. "Mas pode até retomar, dependendo do humor da economia".

Segundo Loureiro, a tendência é de estabilidade em relação ao volume apurado no ano passado para os demais segmentos. As fabricantes de embalagens, que atuam em setores pouco dependentes de crédito para realizar as vendas, devem manter o consumo, enquanto o setor de construção civil, que responde por 15% do consumo brasileiro de alumínio, deve mostrar retração apenas no segundo semestre, disse o presidente da Abal. Até lá, projetos imobiliários hoje em andamento ainda devem garantir a venda de esquadrias e outras peças de alumínio. "Talvez no fechamento do ano, haja uma queda de 1%", afirmou.

A queda do consumo no País e no mundo, bem como os preços mais baixos do metal no mercado internacional - hoje fechou a US$ 1.426 por tonelada, em setembro de 2008 era cotado a US$ 2.446 - fizeram as produtoras de alumínio cortar a produção. No Brasil, a Valesul, subsidiária da Companhia Vale do Rio Doce, e a Alcoa, anunciaram, no final do ano passado, o corte de produção de suas operações. Com isso, em janeiro a produção foi de 135,4 mil toneladas, volume 3,1% abaixo de igual mês do ano passado. Em dezembro a queda foi de 2,3%. Segundo a Abal, se a produção se mantiver no ritmo atual ao longo de 2009, o setor encerrará o ano com queda de 5,6%. "Será algo inédito, já houve ajustes por problemas exógenos, como o apagão, mas depois retomava."

Ontem, também a fabricante norueguesa Norsk Hydro informou que vai cortar sua produção de alumínio em cerca de 25% na unidade de Soer-Norge, Noruega, elevando a redução para 50%. Globalmente, a queda foi de 4 milhões de toneladas, ou 10% da produção mundial.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 4)(Luciana Collet)