Título: Revendedoras de carros usados terão acesso a R$ 200 milhões do FAT
Autor: Monteiro,Viviane
Fonte: Gazeta Mercantil, 12/02/2009, Brasil, p. A5
12 de Fevereiro de 2009 - As revendedoras de carros usados terão acesso à linha de crédito de capital de giro inicialmente de R$ 200 milhões com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Porém, a taxa de juro aprovada ficou acima da solicitada pelas empresas, de 6,75% ao ano. Partes envolvidas nas negociações informaram que o juro seria maior pelo risco de inadimplência na carteira do setor automotivo.
A taxa de juros aprovada é de 11,206% ao ano, mais Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que segundo o ministro Carlos Lupi, equivale a 1,4% mensais. "Essa é a menor taxa do mercado para crédito de capital de giro". Antes os empréstimos eram feitos pelo Banco do Brasil com taxa de juros de 24% anuais, mais TJLP.
O crédito poderá ser concedido por todos bancos públicos, não necessariamente pelo Banco do Brasil. Os recursos destinam-se a micro e pequenas e médias empresas com faturamento bruto anual de R$ 5 milhões e R$ 60 milhões, respectivamente. O teto financiável é de R$ 200 mil por empresa, com prazo de pagamento de até 24 meses, incluídos até cinco meses de carência.
Apenas nas revendas de carros usados, existem 42 mil no País, responsáveis por 620 mil empregos. O setor espera que sejam beneficiadas pelo menos 10 mil empresas. A demanda do setor pelos recursos é de R$ 2,5 bilhões. O ministério garante até R$ 1,25 bilhão a serem liberados conforme o aumento da demanda. O restante poderia ser emprestado pelo BB com recursos próprios. Porém, o presidente da instituição, Antonio de Lima Neto, deixou claro que não há demanda por todos os recursos.
O consumidor final ficou de fora da medida, na última hora, uma vez que o presidente do Sindicato Nacional dos Revendedores de Veículos Automotores, Ilídio Gonçalves Dias, disse que o comprador de carro usado teria taxa de juros de 1,55% ao mês, em média, nas operações de crédito do Banco do Brasil. A média atual praticada no mercado é de 1,8% mensais, o equivalente a 21,6% anuais.
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff criticou as demissões na indústria automobilística. Para ela, as fábricas se preocuparam muito cedo com a crise, "erraram a mão" e agora não conseguem atender a alta demanda por carros. "Uma das erradas de mão é a história de fila para comprar carro, que dá a indicação de que talvez não fosse necessária tanta preocupação", afirmou.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)