Título: Dólar tem discreta alta, vendido a R$ 2,29
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 12/02/2009, Finanças, p. B2
12 de Fevereiro de 2009 - Os negócios continuaram induzidos a mais um dia de volatilidade em meio às incertezas sobre a eficácia dos planos de socorro ao sistema financeiro e de estímulo fiscal norte-americano. No câmbio, o dólar oscilou entre a mínima de R$ 2,265 e a máxima de R$ 2,302, até fechar ontem em leve alta de 0,26%, vendido a R$ 2,29, seguindo o clima mais tranqüilo da BM&F Bovespa. As principais bolsas de valores no mundo tiveram ganhos, puxadas pelas ordens de compras.
Após a decepção com o pacote de incentivo aos bancos, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, voltou à berlinda do Senado para discursar sobre políticas para lidar com as crises nos mercados financeiros e de moradia. Na véspera, Geithner deu indícios de como será realizada a participação do capital privado na recuperação dos bancos, deixando de lado a hipótese do bad bank e propondo a criação de um fundo de investimento público-privado voltado à compra de ativos tóxicos. Para Rodrigo Nassar, gerente financeiro da Hencorp Commcor, enquanto o mercado não tiver uma definição concreta sobre o futuro dos bancos, qualquer melhora consistente e sustentada parece comprometida. "O pacote não é suficiente para estancar a hemorragia do mercado. Esperamos novas atitudes dos governos", destaca.
As atenções também estiveram voltadas para os indicadores econômicos e notícias corporativas. Nos EUA, o déficit da balança comercial caiu para US$ 39,9 bilhões em dezembro, enquanto que na semana passada, o número de solicitações de empréstimos hipotecários recuou 24,5%. Na China, a balança de janeiro apontou para uma forte queda nas importações do país. Já na Inglaterra, a taxa de desemprego afetou 6,3% da população ativa no último trimestre de 2008 - o maior nível desde 1998. Do lado das empresas, a ArcelorMittal anunciou números ruins - prejuízo líquido de US$ 2,632 bilhões no quarto trimestre de 2008.
O Banco Central (BC) voltou a intervir no câmbio, ofertando até US$ 1 bilhão em um leilão de empréstimo para financiar o comércio exterior. O BC também realizou uma pesquisa de demanda para medir as condições do mercado para realizar um leilão de swap cambial, com o objetivo para a rolagem de US$ 7,1 bilhões em contratos que vencem no primeiro dia útil de março. Apesar da crise, o fluxo cambial brasileiro voltou a ficar positivo. Segundo dados do BC, o fluxo acumulado nos cinco primeiros dias úteis de fevereiro ficou em US$ 345 milhões.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Simone e Silva Bernardino/InvestNews)