Título: Cotação passa de US$ 47 em Nova York
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Fonte: Gazeta Mercantil, 22/09/2004, Energia, p. A-7

O preço do petróleo manteve ontem a tendência de alta e superou os US$ 47 o barril em Nova York, por uma renovada inquietação sobre o volume de oferta e o baixo nível de reservas armazenadas nos Estados Unidos. Na Bolsa de Mercadorias de Nova York, o barril do óleo tipo WTI para entrega em outubro fechou a US$ 47,10, uma alta de 1,61%. Na Bolsa Internacional do Petróleo de Londres, o barril do óleo tipo Brent para entrega em novembro registrou alta de 1,11%, fechando cotado a US$ 43,39.

Os analistas reiteraram ontem que as perspectivas de um próximo corte no envio de petróleo à China pela petrolífera russa Yukos renovaram a inquietação nos mercados em relação a um ajuste maior do nível de oferta global frente a demanda. A companhia petrolífera anunciou na segunda-feira que reduziria em um terço seu fornecimento de petróleo à China, mas ressaltou que a medida era temporária.

O governo chinês pediu que as autoridades russas intercedam para a empresa não paralisar o fornecimento de 100 mil barris diários à Corporação Nacional de Petróleo Chinesa (CNPC). A Yukos assegurou que sua produção, estimada em 1,7 milhão de barris/dia, "se mantém constante" e não será reduzida, e indicou que se propõe a dirigir a outros mercados o volume de petróleo que deixará de enviar à China. A empresa se propõe a aplicar o corte a partir de 28 de setembro e garante que retomará os envios ao mercado chinês tão breve quanto possível.

Por outro lado, os operadores nova-iorquinos estão à espera de mais dados sobre as reservas armazenadas de petróleo e derivados, que o Departamento de Energia dos EUA divulga hoje. Os analistas prevêem uma queda de entre cinco e sete milhões de barris nas reservas contabilizadas durante a semana passada, devido à passagem do furacão Ivan. Se as previsões forem confirmadas, será a oitava queda consecutiva nas reservas. Isso seria acrescentado à queda de 7,1 milhões de barris registrada na semana passada, que deixou o total armazenado no nível mais baixo desde fevereiro. O Serviço Federal de Gestão de Minerais disse em relatório preliminar que poucas das 4 mil plataformas marítimas e outras instalações no Golfo do México sofreram danos graves pelo furacão.