Título: Galp prevê aportes de até US$ 200 bi na área do pré-sal
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Fonte: Gazeta Mercantil, 16/02/2009, InfraEstrutura, p. C3

Lisboa, 16 de Fevereiro de 2009 - A exploração de petróleo na área do pré-sal do Brasil deverá envolver investimentos de US$ 150 bilhões a US$ 200 bilhões das várias petrolíferas na região até 2020, afirmou sexta-feira o presidente-executivo da petrolífera portuguesa Galp, Manuel Ferreira de Oliveira.

Ele afirmou que os custos operacionais da exploração serão de cerca de US$ 2 bilhões por ano na próxima década, prevendo que a região produza 2 milhões de barris por dia no ano de 2020. A camada pré-sal é uma região de cerca de 800 quilômetros que vai da costa do Espirito Santo a Santa Catarina. "Os investimentos que se esperam naquela região, entre 2009 e 2020, vão andar entre US$ 150 a US$ 200 bilhões e os custos operacionais médios na década serão superiores a US$ 2 bilhões por ano", disse.

A Galp está presente no Brasil por meio de 23 parcerias com a Petrobras e prevê iniciar a produção de petróleo na bacia de Santos em abril deste ano, com um projeto-piloto no poço de Tupi, disse Ferreira de Oliveira.

"A Galp tem um papel relevante nesses números (de investimento), é um player relevante, o segundo maior", afirmou Ferreira de Oliveira, sem detalhar a parcela de investimento da empresa portuguesa.

O executivo da Galp acrescentou que o Brasil será a principal região para a companhia europeia ampliar a sua capacidade de produção de petróleo ao longo dos próximos anos, junto com Angola. A Galp tem como meta, no espaço de uma década, aumentar a produção dos 15.000 barris diários para 150.000. "Diria mais no Brasil do que em Angola. Segue-se depois a Venezuela e Timor", disse o presidente-executivo da empresa.

Aposta no longo prazo

Ferreira de Oliveira destacou ainda que a atual conjuntura de recessão global não deverá ter impacto significativo sobre os projetos de exploração petrolífera no Brasil. "Ai de nós se deixarmos de pensar numa escala de décadas só porque temos uma crise que nos vai afetar durante alguns trimestres", disse o comandante da Galp.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 3)(Reuters)