Título: Líder em captação, Brasilprev tem alta de 6,2% nos ganhos
Autor: Máximo,Luciano
Fonte: Gazeta Mercantil, 18/02/2009, Finanças, p. B2

São Paulo, 18 de Fevereiro de 2009 - A Brasilprev Seguros e Previdência, companhia de previdência privada do Banco do Brasil (BB) em sociedade com o Sebrae e a seguradora norte-americana Principal Financial, fechou o ano passado como líder em captação líquida de recursos para aplicações em planos de aposentadoria complementar. Em um período marcado por perdas extraordinárias nas bolsas em todo o mundo, que pressionaram um grande número de participantes a sacar suas economias, a Brasilprev apresentou saldo positivo entre as contribuições e os resgates: R$ 3,6 bilhões, um crescimento de 52,3% em comparação a 2007, quando a BM&F Bovespa registrou variação nomimal acima de 40%, e a captação líquida da companhia alcançou R$ 2,363 bilhões.

Segundo Tarcísio Godoy, presidente da Brasilprev, a média de resgate dos clientes da companhia ficou em 8,5% do estoque da arrecadação (mais de R$ 300 milhões), acima da média de mercado calculada entre 13% e 15% no ano passado. A participação de mercado em captação líquida saltou de 16,8% para 28,4%. Em termos gerais, a empresa se mantém na terceira posição no ranking, atrás de Bradesco Vida e Previdência e do Itaú Vida e Previdência. Otimista, o executivo diz que o "alinhamento estratégico" com o BB ajudou a seguradora a atravessar bem a crise. "A performance de 2008 ficou dentro do padrão que estávamos prevendo no início do ano. Tivemos um crescimento mais vigoroso em captação líquida porque o alinhamento estratégico com o Banco do Brasil tem permitido que tenhamos um reposicionamento num mercado que está crescendo num ritmo de otimismo cauteloso", conta Godoy.

No balanço divulgado hoje, a Brasilprev apresenta números positivos em praticamente todos os campos. O lucro líquido subiu 6,2% em 2008, para R$ 195,5 milhões. Os ativos administrados encerraram o período em R$ 20,4 bilhões, alta de 25,9% sobre os R$ 16,2 bilhões acumulados em 2007. As reservas passaram de R$ 15,8 bilhões para R$ 20 bilhões.

As contribuições arrecadadas nas várias modalidades de VGBL, PGBL e TRAD em 2008 totalizaram R$ 4 bilhões, montante que representa ganho de 21,2% sobre os R$ R$ 3,3 bilhões do ano anterior. O grande responsável foi o Vida Gerador de Benefício Livre, com arrecadação de R$ 2,3 bilhões - variação positiva de 43,7% em relação ao desempenho de R$ 1,6 bilhão em 2007. O PGBL, plano de previdência privada que permite realizar deduções do imposto de renda, cresceu 20,5%, totalizando R$ 1,2 bilhão em aportes.

Consolidação

Tarcísio Godoy confirmou que o Banco do Brasil está cada vez mais compromissado com as operações de seguros, previdência privada e capitalização. Comenta-se no mercado que o BB está consolidando suas operações nessas áreas, buscando comprar as participações dos vários sócios. "Enquanto player de bancassurance (banco que vende seguros), o BB tem uma força de vendas completa e pode adicionar qualidade inovadora aos produtos. Nós investimos muito em treinamento para aproveitar esse potencial", diz Godoy, que também dirigiu as finanças brasileiras há dois anos, quando foi secretário do Tesouro Nacional.

O "empurrão" do banco estatal tem um objetivo claro. Respondendo pela Brasilprev, Godoy não esconde que persegue a liderança do bilionário mercado de previdência privada do País. "Liderança é importantíssimo numa indústria de escala, como a de previdência. Quanto maior é escala menores são os custos fixos. Se eu tiver mais escala, meu custo cai; e isso me permite fazer mais investimentos e me apresentar como empresa inovadora e sólida, afinal nos propomos a cuidar do projeto de vida de 20 a 40 anos de uma pessoa."

Para 2009, o executivo está confiante. Em termos de arrecadação, a expectativa é que o mercado de previdência privada continue crescendo a taxas expressivas de dois dígitos. Segundo Godoy, a Brasilprev tem metas agressivas. "Para impulsionar o crescimento almejado, continuaremos apostando em excelência e inovação."

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Luciano Máximo)