Título: BC ganha com alta do dólar
Autor: Aliski,Ayr
Fonte: Gazeta Mercantil, 20/02/2009, Finanças, p. B3

Brasília, 20 de Fevereiro de 2009 - A forte desvalorização do real frente ao dólar foi benéfica para os resultados do Banco Central no segundo semestre do ano passado. Conforme o balanço da instituição, aprovado ontem pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o BC obteve um resultado positivo de R$ 180,5 bilhões no segundo semestre. Esse total envolve cerca de R$ 13,3 bilhões referentes ao resultado financeiro, ou seja, em operações como as que são feitas com títulos em carteira e compromissadas. Mas houve um ganho adicional de R$ 171,4 bilhões com remuneração sobre as reservas internacionais e operações de swap cambial.

Esse ganho ocorreu porque o Brasil é credor em moeda estrangeira, ou seja, tem grande quantidade de poupança em dólar. "Com isso as nossas reservas passam a valer mais em reais", explicou o diretor de Administração do BC, Anthero de Moraes Meirelles. O executivo do BC explicou que R$ 10,5 bilhões do resultado representa a parcela do ganho obtido com operações de swap cambial.

No primeiro semestre, o resultado havia sido negativo em R$ 41,7 bilhões, fruto de um ganho de R$ 3,1 bilhões das operações locais e perda de R$ 44,8 bilhões em atividades de equalização cambial. "O Tesouro cobriu esse valor, transferindo títulos públicos ao Banco Central", explicou Meirelles. Com resultado positivo no segundo semestre, o Banco Central segue caminho inverso, devolvendo recursos ao Tesouro.

O secretário-adjunto do Tesouro, Cleber Oliveira, disse que o repasse de recursos do BC não altera as contas públicas. "Não afeta o resultado primário, não afeta as disponibilidades", disse Oliveira. O secretário disse que esses recursos já estavam previstos quando foi elaborado o Plano Anual de Financiamento (PAF) da Dívida Pública Federal. Oliveira ressaltou que a operação não muda a estratégia de resgate de títulos públicos, acelerando ou retardando a velocidade de compras e novas emissões.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Ayr Aliski)