Título: Para Lula, todos deverão pagar o preço da Justiça
Autor: Cecília,Ana
Fonte: Gazeta Mercantil, 03/03/2009, Brasil, p. A5

São Paulo, 3 de Março de 2009 - O presidente Lula foi duro, ontem, ao se referir ao Movimento dos Sem Terras (MST). Questionado pela imprensa durante o encontro com o primeiro ministro holandês, Jan Peter Balkenende, sobre sua posição quanto às declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, criticando o Movimento dos Sem Terra (MST) pelas invasões em massa de fazendas no Pontal de Paranapanema (SP) e pelo assassinato de quatro seguranças de uma fazenda em São Joaquim do Monte (PE), o presidente lembrou que o movimento teve origem nos anos 80 e que já teria atingido a sua maturidade. "Portanto, ele já sabe o que é legal e o que não é legal".

Para Lula, todos os brasileiros, do presidente ao mais humilde trabalhador do País deverão pagar o preço da Justiça quando cometerem uma ilegalidade. "O que é inaceitável é alegar legítima defesa para matar quatro pessoas", acrescentou.

Justiça para os culpados

De acordo com Lula, a justiça será feita para se apurar a responsabilidade dos culpados neste caso. Quanto à opinião de Gilmar Mendes, que criticou o financiamento público de movimentos sociais que cometeriam ilícitos, Lula preferiu afirmar que o ministro do Supremo teria feito suas declarações na condição de cidadão brasileiro. "Quando houver um processo sobre isso, então, ele dará o seu parecer como presidente do Supremo", acrescentou. Sem especificar a quem dirigia sua frase, Lula ainda acrescentou: "Cada um de nós tem que ter juízo antes de fazer as coisas".

De acordo com o presidente, o governo tem feito a sua parte para resgatar os trabalhadores do campo. Segundo ele, foram desapropriados 43 milhões de hectares em sua gestão, "53% de tudo o que foi desapropriado no Brasil, e assentadas 520 mil famílias". Lula afirmou que sua prioridade no momento é garantir que essas pessoas possam ser mais produtivas no campo. Seu objetivo é "garantir uma agriculltura que melhore em quantidade e qualidade o que é produzido no Brasil".

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Ana Cecília Americano)