Título: Barril despenca nos EUA e fecha a US$ 40,15
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Fonte: Gazeta Mercantil, 03/03/2009, InfraEstrutura, p. C3
Nova York, 3 de Março de 2009 - Os preços do petróleo despencaram 10% ontem em Nova York e Londres, em um mercado pessimista sobre a evolução da demanda e assustado com mais indicadores da degradação da economia mundial. Na bolsa de Nova York, o barril do WTI para entrega em abril perdeu US$ 4,61 (-10,3%) em comparação ao fechamento de sexta-feira, fechando cotado a US$ 40,15.
Em Londres, o barril do petróleo do tipo Brent também com vencimento em abril registrou queda de US$ 4,14, para US$ 42,21, em relação ao pregão anterior.
O barril do petróleo texano viu evaporar a recuperação registrada na semana passada, chegando a ser negociado abaixo dos US$ 40 durante a sessão. "A situação financeira, o enfraquecimento da indústria e do mercado de trabalho, a recessão. Tudo isso coloca os preços sob pressão", estimou James Williams, da WTRG Economy.
Os temores do mercado se concentraram no setor financeiro ontem. A seguradora americana AIG deve receber uma nova ajuda do governo para enfrentar seus prejuízos, que chegaram a US$ 100 bilhões em 2008. O banco britânico HSBC, considerado sólido, anunciou, por sua vez, que iniciará a maior captação de capital da história empresarial britânica.
Por outro lado, os indicadores econômicos mostraram mais uma queda da atividade industrial nos Estados Unidos, maior consumidor mundial de petróleo, e na Coréia do Sul. "Continuam os temores sobre a evolução da demanda no mundo", resumiu Bart Melek, da BMO Capital Markets.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a Agência Internacional de Energia (AIE) e o departamento de Energia americano prevêem para 2009 uma queda no consumo mundial de cru, que em 2008 se contraiu pela primeira vez em 25 anos. Dada a amplitude do fenômeno, "é pouco provável que a Opep consiga reestablecer o equilíbrio do mercado", considerou Melek.
(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 3)(AFP)