Título: Estados gerenciarão recursos do programa habitacional
Autor: Oliveira,Ana Carolina
Fonte: Gazeta Mercantil, 04/03/2009, Brasil, p. A5

Brasília, 4 de Março de 2009 - Os governadores de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná se encontraram ontem com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A pauta da reunião foi o pacote habitacional que o governo federal vem prometendo há aproximadamente dois meses para o financiamento de um milhão de moradias populares até o final do próximo ano. Inicialmente a proposta se baseia em subsidiar os financiamentos para quem tem renda familiar de até dez salários mínimos.

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, criticou a ideia do governo de criar um novo modelo para a construção de casas. Segundo ele, deveria ser feito um reaproveitamento dos programas já existentes nos estados. Aécio chamou o programa de "audacioso" e disse que ele deveria ser feito levando em conta projetos já consolidados. "O modelo não está esgotado, mas a capacidade de investir nele. Nós não temos condições de fazer isso com essa rapidez que o governo espera. Não se deve fazer algo com essa dimensão, desprezando o que já foi feito nos estados", criticou.

O governador do Paraná, Roberto Requião, fez coro com Aécio Neves e também pediu que os projetos já realizados pelos estados sejam considerados pelo governo federal. Ele também disse que as moradias populares que deverão ser feitas nos próximos dois anos não deverão ser realizadas por grandes empreiteiras, por causa dos altos preços que elas poderão cobrar no futuro.

Requião também disse que esse é um programa financiado pelo governo federal, mas administrado por cada estado. "A Dilma propôs um financiamento para ser executado pelos estados", disse. O único que apoiou completamente o programa habitacional do governo foi o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral - aliado do presidente Lula. "Esse é o maior programa de habitação da história do Brasil", afirmou Cabral.

Segundo ele, os governadores foram chamados para discutir a disponibilização de áreas para a construção das moradias populares. Cabral deu alguns detalhes do programa. De acordo com ele, o cidadão que perder o emprego e comprovar a perda dele, depois de ter financiado uma dessas casas populares, poderá ficar com o pagamento das parcelas em aberto durante 36 meses. Ele também disse que o setor de construção civil está entusiasmado com o programa.

Antes da reunião, a ministra Dilma se reuniu com o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Adalberto Valadares. Segundo Valadares, o governo federal deverá anunciar em até 15 dias o pacote de habitação.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Ana Carolina Oliveira)